O presidente da Febrabran (Federação Brasileira de Bancos), Isaac Sidney, reiterou o apoio do setor bancário ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após se reunir com o ministro, na manhã desta sexta-feira (14).
“Nós saímos convencidos desse encontro de que o ministro Fernando Haddad está determinado a buscar o equilíbrio das contas públicas, mas também saímos convencidos de uma disposição firme que ele tem para fazer o diálogo dentro do próprio governo, para expandir esse diálogo para o Congresso Nacional, que é um poder fundamental nessa equação de busca do equilíbrio fiscal e também na interlocução que ele tem feito com o empresariado”, afirmou a jornalistas.
“Nós aproveitamos a oportunidade, considerando também as circunstâncias e os últimos acontecimentos, de ruídos de tensionamentos sobre as discussões a respeito do cumprimento das metas fiscais, do arcabouço fiscal, nós aqui estivemos para emprestar, para reafirmar o apoio institucional do setor bancário ao ministro da economia”, disse Sidney na saída do encontro.
Participaram ainda André Esteves, fundador do BTG Pactual, Milton Maluhy (Itaú), Marcelo Noronha (Bradesco) e Mário Leão (Santander) com o ministro da Fazenda.
A declaração ocorre no final de uma semana de tensão, marcada pela derrota do ministro em medidas para tentar aumentar a arrecadação para compensar a desoneração da folha de pagamentos.
Entre os grupos beneficiados com a desoneração está o de comunicação, no qual se insere o Grupo Folha, empresa que edita a Folha. Também são contemplados os segmentos de calçados, call center, confecção e vestuário, construção civil, entre outros.
Sob fortes críticas, uma medida provisória restringindo as possibilidades de uso de créditos tributários do PIS/Cofin foi devolvida pelo Congresso, gerando uma percepção de enfraquecimento do titular da Fazenda.
As incertezas do mercado sobre a agenda de equilíbrio das contas públicas impactaram o ambiente financeiro nos últimos dias, inclusive com desvalorização do real frente ao dólar. A moeda americana voltou a cair ontem, após o anúncio de Haddad de que a equipe do governo vai intensificar os trabalhos de revisão dos gastos para atingir a proposta de Orçamento de 2025.
