O hacker da Vaza Jato, Walter Delgatti Netto, disse em depoimento à Polícia Federal que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) lhe pediu para invadir as urnas eletrônicas ou, caso não conseguisse, a conta de e-mail e o telefone do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A apuração é de Andréia Sadi, colunista do g1.
Delgatti disse que o pedido foi feito em setembro do ano passado durante um encontro entre os dois na Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo. Naquele momento, as pesquisas de intenção de voto mostravam vantagem de Lula (PT) em relação a Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais.
Desde os resultados das pesquisas, Bolsonaro e seus apoiadores vinham atacando a segurança do sistema eleitoral.
No depoimento, Delgatti admitiu que não conseguiu acessar o sistema da urna eletrônica nem o telefone de Alexandre de Moraes. Em 2019, quando o hacker invadiu aplicativos de outras autoridades, ele teve acesso ao e-mail do ministro, mas não encontrou nada comprometedor.
A invasão das contas em 2019 foi o motivo da prisão de Delgatti. Posteriormente, ele foi posto em liberdade, mas voltou a ser detido em junho deste ano por descumprir medidas judiciais.
Entre as medidas descumpridas por Delgatti foi o acesso à internet. Além de ter amplo acesso, ele ainda cuidava do site e das redes sociais da deputada Carla Zambelli.
Após ser detido pela segunda vez, Delgatti depôs em inquérito que investiga a invasão do sistema de mandados de prisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a inclusão de uma falsa ordem de prisão de Alexandre de Moraes.
O senador e ex-vice-presidente da República Hamilton Mourão (Republicanos-RS) chamou de "fanfarronada" o plano de golpe de Estado revelado pela Polícia Federal na Operação...