A pintura corporal com grafismos indígenas, aplicados pela artista, professora e compositora Thaís Kokama, é atração especial no estande da Prefeitura de Manaus , por meio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), durante a “WTM Latin America 2023”, a maior feira da indústria de viagens e turismo da América Latina, que acontece a partir desta segunda-feira, 3/4, no Expo Center Norte, em São Paulo (SP).
Quem visita o estande de Manaus, além de conhecer um pouco mais sobre o turismo na capital amazonense, vai poder vivenciar uma imersão no etnoturismo, uma das estratégias de valorização e divulgação da cultura indígena, a partir das pinturas faciais e corporais da artista do grafismo indígena Thaís Kokama.
“A cidade de Manaus tem uma identidade muito forte com as questões indígenas. Nós temos um déficit muito grande com relação aos nossos ancestrais indígenas e, enquanto política pública, por determinação do prefeito David Almeida, estamos dando ênfase a esses povos tradicionais, e uma delas é apresentar para o Brasil, nas feiras de turismo, a importância do grafismo indígena, da identidade visual com que as nossas tribos indígenas proliferam a sua cultura”, enfatizou a vice-presidente da Manauscult, Oreni Braga.
A artista indígena Thaís Kokama, que descende das etnias kokama e sateré-mawé, moradora da aldeia Inhaã-bé, localizada no igarapé do Tiú, rio Tarumã-Açu, no bairro Tarumã-Açu, pela segunda vez, é convidada da Manauscult, para participar das feiras nacionais de turismo.
A artista explicou que usa os grafismos e os traços tribais, símbolos de resistência, para levar suas origens para além do Amazonas e defender os direitos indígenas. Segundo ela, receber o convite da Manauscult foi uma honra. “Participar das feiras nacionais com a Manauscult é muito importante, por conta da questão da valorização e da resistência. Nós, que moramos em Manaus e somos indígenas, não importa se é aldeado ou da área urbana, nos sentimos muito felizes de representar a nossa cultura e mostrar para as pessoas, que nós, povos indígenas, somos os verdadeiros donos desse lugar e a partir de muita resistência estamos conseguindo mostrar o nosso trabalho”, comentou.
Recentemente, a artista se tornou a primeira compositora indígena do Boi Caprichoso com a toada “Vidas indígenas importam”.
“A Kokama é a participação especial. Além de ser uma indígena que tem uma cultura muito forte, um conhecimento profundo dos seus ancestrais, também expressa isso no sorriso, no receptivo com as pessoas, e isso tem sido um grande diferencial no estande de Manaus”, ressaltou a vice-presidente da Manauscult.
As pinturas tradicionais indígenas são feitas com tinta orgânica de jenipapo. Podem durar de sete a dez dias, a depender de quanto a pele é lavada.