Ministros e integrantes do governo Lula já fazem os cálculos do que pode acontecer caso Donald Trump, e não Joe Biden, vença as eleições norte-americanas em novembro.
Integrantes do alto escalão do governo assistiram com atenção ao confronto entre os dois candidatos na quinta (27), na CNN. E acompanharam toda a sequência de debates sobre a aparente fragilidade física de Biden, com o propalado pânico que teria se abatido sobre o partido democrata —e as inevitáveis especulações sobre uma possível troca de candidato diante da constatação de que o atual presidente pode não dar conta do embate.
De acordo com análises feitas por integrantes do governo à coluna, se Biden superar os desafios e ganhar, ou mesmo se um outro candidato democrata que o substitua vencer, tudo fica como está. Lula e Biden não têm uma relação de maior proximidade, mas tampouco de animosidade.
Lula declarou nesta semana em entrevista à rádio Itatiaia, de Minas Gerais, que torce pela vitória do democrata porque “Biden é a certeza de que os EUA vão continuar respeitando a democracia”.
Já com Trump os impactos seriam significativos.
O primeiro deles seria nas relações do Brasil com a Argentina, que tenderiam a piorar.
Por essa análise, o novo presidente dos EUA correria para ajudar a melhorar a situação econômica do país vizinho, hoje por um fio.
O atual presidente da Argentina, Javier Milei, precisaria desesperadamente de dólares para manter o câmbio nos patamares atuais e conter a inflação. E Trump trataria de providenciar esses dólares para ajudar o colega conservador.
Faria isso impulsionando investimentos e acordos comerciais e financeiros bilaterais com a Argentina –em detrimento do Brasil.
Milei seria fortalecido —e poderia endurecer mais com o governo Lula. O argentino já chamou o petista de ladrão, e os dois hoje não se falam.
A vitória de Trump fortaleceria não apenas Milei, mas a extrema-direita de todo o mundo, e dividiria de vez o planeta —o que claramente prejudicaria o governo Lula no âmbito internacional.
Intervenções de Lula em temas como a guerra de Israel contra a Faixa de Gaza, por exemplo, poderiam ser abertamente censuradas por Trump, o que hoje não ocorre com Biden.
Trump tem ainda uma identidade forte com os bolsonaristas, que se apoiam nele e em parlamentares republicanos para fortalecer a sua política no Brasil.
Neste ano, um grupo de deputados bolsonaristas foi ao Congresso dos EUA para apresentar supostas denúncias contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Eles foram ouvidos em uma sessão temática organizada pelo deputado republicano Chris Smith, que preside a subcomissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
Smith posteriormente enviou uma carta com questionamentos a Alexandre de Moraes –que foi solenemente ignorada.
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