
A temporada de tempestades tropicais parece estar piorando em todo o mundo. Somente nos Estados Unidos, dois grandes furacões atingiram o estado da Flórida no espaço de um mês – um deles descrito pelo presidente dos EUA, Joe Biden, como a “tempestade do século”.
O furacão Milton chegou à costa da Flórida como uma tempestade de categoria 3 às 20h30 (horário local) de 9 de outubro, com ventos de cerca de 136 quilômetros por hora. Milton também provocou pelo menos 19 tornados, destruiu casas e cortou a energia de mais de 3 milhões de residências.
Apenas algumas semanas antes, a Flórida e os estados da Geórgia, Carolina do Norte e Carolina do Sul foram devastados pelo furacão Helene. Em maio, o furacão Beryl atingiu a Jamaica, sendo descrito como um “início explosivo” da temporada anual de tempestades, pois chuvas fortes são normalmente esperadas de 1º de junho a 30 de novembro nos oceanos Atlântico e Pacífico.
“Frequentemente, pequenas áreas de baixa pressão se deslocam da costa oeste da África com a corrente de monções [ventos sazonais], através do Atlântico, até chegar a essas águas quentes”, prossegue Friedrich. Um furacão só pode se formar quando não há grandes diferenças de vento perto da superfície do mar ou em altitudes mais elevadas, o que dispersaria a tempestade.
Combinação explosiva
Se tudo isso acontecer, uma área de baixa pressão pode se transformar num furacão: o ar quente e úmido do mar sobe para se condensar em altitudes mais elevadas e frias, formando nuvens e pressão negativa na superfície do mar. Grandes volumes de ar são atraídos para a tempestade a partir da área circundante.
Em seguida, essas massas de ar são puxadas para cima como numa chaminé, gerando ventos de até 350 quilômetros por hora. A força inercial de Coriolis, que está relacionada ao giro da Terra, coloca as massas em rotação.
“No centro desse vórtice, forma-se o típico ‘olho’ de um furacão, onde a calmaria é total e não há nuvens, enquanto as nuvens na borda do olho se acumulam cada vez mais alto”, relata Friedrich.
Tempestades de movimento lento são mais devastadoras
Quanto mais tempo as condições favoráveis aos furacões persistirem, mais destrutiva será a tempestade. “Os furacões são propelidos por correntes de ar a uma altitude de 5 a 8 quilômetros. Elas determinam para onde o furacão vai.”
