IZA descreve o trabalho como o mais feminino de sua carreira - Foto: Divulgação

Os fãs aguardaram ansiosamente por esse momento. Depois de cinco anos de espera, a cantora IZA lança nesta quinta-feira, 3, AFRODHIT, o sucessor de Dona de Mim. O hiato fez com que muitos especulassem a sonoridade que a artista exploraria no novo trabalho, e, bom, IZA decidiu expandir os seus limites.

A dona de Pesadão navega pelos mares do funk em seu novo álbum.

“Não pensei em ir diretamente em um estilo, ou então fazer determinada coisa. Aconteceu de eu estar ouvindo muito esse estilo de música [funk]. Sempre gostei muito de funk, sempre ouvi muito, mas nunca lancei nada assim, porque eu não tinha encontrado ainda a minha versão disso. Eu não queria algo que soasse gratuito, no sentido de estar me aproveitando [do gênero]”, afirmou IZA em entrevista coletiva realizada na quarta-feira, 2.

“O funk é uma das coisas mais incríveis que o Brasil desenvolveu”, completa.

Além do funk, seu novo trabalho tem influências do R&B, rap, pop e do próprio afrobeat, que ajudou a formar o nome do projeto.

“Eu gosto muito disso, de visitar esses estilos com outro olhar, com outra vivência, outra postura”, explica.

O álbum conta com diversas parcerias masculinas, como Arthur Verocai, na faixa de abertura ‘Nunca Mais’; Russo Passapusso, em ‘Mega da Virada’; L7nnon, em ‘Fiu Fiu’; e Djonga, em ‘Sintoniza’. Já as mulheres marcaram presença na composição e vocais, com destaque para a cantora King Saints e a nigeriana Tiwa Savage, conhecida como rainha do afrobeat e por colaborar com Beyoncé.

O trabalho mais feminino da carreira

IZA descreve o trabalho como o mais feminino de sua carreira. O single, ‘Fé Nas Maluca’, parceria com a funkeira Mc Carol, ajuda a explicar isso. A letra e o clipe retratam essa figura mitológica de Afrodite, mas de um jeito diferente. A deusa do amor, da beleza e da sexualidade, que surgiu na Grécia antiga, se liberta e se vinga da exploração feita por homens.

É difícil dissociar o término do casamento da cantora, com o produtor musical Sérgio Santos, do resultado desse trabalho. Mas há ainda influências diretas do relacionamento da artista com o jogador Yuri Lima, além de toda a experiência do grupo de mulheres que trabalharam com ela no projeto.

A faixa ‘Que Se Vá’, descrita como uma “faixa de libertação”, foi composta por ela e outras mulheres, e também trabalha a tônica de como as experiências de vida de uma mulher podem impactar o seu trabalho.

“Tem coisas que aconteceram comigo e aconteceram igual com outras duas meninas. A gente descobriu trocando ideia. Chegar em um momento em que você pode falar sobre uma coisa com leveza, com deboche, com tranquilidade, essa é a parada para mim. Eu sou muito a favor das pessoas se expressarem artisticamente”, defende.

Mesmo com toda essa bagagem de sentimentos e mistura, IZA diz que seu novo trabalho não é sobre superação, mas, ao contrário, sobre vulnerabilidade.

“Eu não estou inventando a roda em AFRODHIT, mas é muito diferente do que eu já tinha feito. Estou me sentindo mais segura, mais vulnerável. […] Meu álbum não é um álbum de superação, eu acho que ele é um álbum mais verdadeiro, mais vulnerável. Não são todos os sentimentos que a gente tem que a gente tem orgulho de compartilhar com as pessoas, e eu me sinto evoluída nesse sentido”, afirma.

*Com informações de Terra