
Os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Damares Alves (Republicanos-DF), Eduardo Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES) e o deputado Cabo Gilberto (PL-PB) disseram temer pela segurança da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) após visitá-la na prisão na Itália.
Grupo de parlamentares ficou por cerca de duas horas na penitenciária feminina de Rebibbia, tempo máximo permitido. A visita foi liberada pela Justiça italiana e pelo diretor da penitenciária. O advogado Fábio Pagnozzi e o marido de Zambelli, Antônio Aginaldo de Oliveira, não entraram, pois estavam sem autorização —o marido fará a visita amanhã.
Damares disse temer pela segurança da deputada. “Quem conhece o sistema prisional sabe que muitas pessoas juntas têm conflitos, problemas, brigas. É num conflito desse que a gente teme pela vida de Carla, ela tem uma saúde vulnerável”, declarou a senadora.
Girão afirmou que Zambelli dividiu cela com outras quatro mulheres, incluindo uma condenada por homicídio. Hoje, segundo ele, são três —ele não especificou quais penas elas cumprem.
Flávio chamou o ministro Alexandre de Moraes de “violador de direitos”. Ele deve ir a evento que terá a presença do líder da ultradireita italiana, o vice-primeiro-ministro, Matteo Salvini, e disse que pedirá a ele uma audiência com o ministro da Justiça para discutir a situação de Zambelli. O filho do ex-presidente Jari Bolsonaro (PL) disse na quarta que foi convidado para o “La tua Pontida Liberi e Forti”, que ocorre domingo, em Pontida, a cerca de 600 quilômetros de Roma.
“Faço um apelo ao ministro da Justiça italiano que, assim como o presidente Bolsonaro atendeu a um pleito da nação italiana devolvendo o terrorista Cesare Battisti para a Itália, nós aqui fazemos um pedido: deixe a Carla em prisão domiciliar aqui na Itália, porque no Brasil ela vai ser ainda mais perseguida e vai ter os seus direitos humanos ainda mais violentados por aquele que é reconhecidamente um violador de direitos, algoz de brasileiros, Alexandre de Moraes.” disse Flávio Bolsonaro.
Está previsto também um encontro amanhã, organizado por bolsonaristas que vivem na Itália e nos Estados Unidos. No hotel estão reunidos apoiadores do ex-presidente que moram na Suíça e França. Eles ajudaram na organização do evento.
O grupo afirma que a parlamentar é inocente e perseguida política — Zambelli fugiu do Brasil após ser condenada a dez anos de prisão pelo STF. Por unanimidade (5 a 0), a Primeira Turma do Supremo condenou a deputada e o hacker Walter Delgatti Neto pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. “Não é uma questão de direita, de esquerda. É uma questão de humanidade à deputada mais votada da história do país”, disse Girão.
