Mais de 20 anos após perder o pai, morto a tiros, a policial civil Gislayne Silva de Deus, de 36 anos, participou nesta semana da operação para prender o assassino em Boa Vista (RR). Ela se inspirou a entrar na corporação para buscar justiça.
Filha mais velha da vítima, Gislayne estudou e entrou na Polícia Civil de Roraima. Após entrar na corporação, ela solicitou que fosse lotada na Delegacia de Homicídios para tentar encontrar o responsável pela morte de seu pai.
Pai da policial foi morto em fevereiro de 1999. Givaldo José Vicente de Deus, 36, foi atingido com um tiro em um bar no bairro de Asa Branca, em Boa Vista. Na época, Gislayne tinha apenas nove anos.
A motivação do crime teria sido uma dívida da vítima de R$ 150 contra o agressor. Ele foi identificado como Raimundo Alves Gomes, 60, informou a SESP (Secretaria de Estado da Segurança Pública) de Roraima. Givaldo deixou cinco filhas pequenas, incluindo Gislayne.
Raimundo desapareceu após o crime e ficou 25 anos foragido. O caso do pai de Gislayne chegou a julgamento em 2016, quando por pouco o acusado não foi absolvido. A família encontrou uma testemunha importante que não havia sido arrolada no processo judicial. Isso resultou na condenação do acusado a 12 anos de reclusão em regime fechado, mas ele continuou foragido.
Ele chegou a ser localizado em 2022, mas não foi preso. Na ocasião, um tio de Gislayne avistou Raimundo em Boa Vista, mas, na época, ela ainda não fazia parte da Polícia Civil de Roraima, e as tentativas de localizá-lo foram frustradas.
Mas após anos de investigações, ele foi encontrado e preso na quarta-feira (25). O homem estava em uma região de chácaras, onde se escondia. Ele foi detido durante operação feita com apoio do Deint (Departamento e Inteligência) da SESP.
Policial civil deu voz de prisão ao acusado. “O ato encerra uma caçada de 25 anos e simboliza a vitória de uma família que, apesar do tempo, nunca desistiu de ver a justiça ser feita”, disse a SESP.
Gislayne afirmou que a verdadeira vitória não foi sua ação direta na prisão, mas a justiça que finalmente se cumpriu após tantos anos. “Com a prisão dele, lavei minha alma e a de toda minha família. Foi o encerramento de um ciclo. Hoje temos paz e o sentimento de que a justiça foi feita”, disse, emocionada.
A escrivã da Polícia Civil ressaltou que o desfecho marca o fim de uma longa jornada de dor e luta. “A prisão dele representa não apenas a reparação de uma injustiça, mas também o poder da perseverança em nome da justiça”, disse.
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