A cacica do Parque das Tribos, Lutana Kokama (Foto: Ricardo Oliveira / Agência Cenarium)

As tradições indígenas têm encontro marcado com a inovação no Festival do Jaraqui, evento que vai reunir amanhã (13), algumas das principais manifestações culturais da identidade amazônica com desfile de moda, apresentações musicais, oficinas criativas, dança e gastronomia com pratos protagonizados por um dos peixes mais populares da região. A primeira edição dessa celebração aos saberes tradicionais acontece a partir das 8h, no Centro de Convivência da Família Magdalena Arce Daou, na Avenida Brasil, no bairro Santo Antônio.

A escolha do jaraqui como destaque do festival não foi casual. O peixe é a representação da culinária amazônica e integra o cotidiano de populações indígenas, ribeirinhas e urbanas da região, explica Carlos Kokama, um dos coordenadores do encontro onde chefs de várias etnias, em especial a Kokama, apresentarão pratos inovadores como a lasanha amazônica, escondidinho, risoto e bolinhos à base do jaraqui que surpreende também em uma releitura do tradicional pirarucu à casaca.

“Todos conhecem o jaraqui frito, mas queremos mostrar outras possibilidades que podem gerar renda para os indígenas. São receitas com a nossa identidade, nosso conhecimento ancestral e que vão encantar o público”, garante a cacica-geral do Parque das Tribos, Lutana Kokama para quem o jaraqui tem potencial de se transformar num prato de destaque no cardápio apresentado a turistas. “O jaraqui é muito potente”, ensina Lutana.

Para Anny Kokama, que integra a comissão organizadora do encontro, o Festival do Jaraqui não se limita à gastronomia e pode ganhar uma dimensão importante no calendário de eventos de Manaus. “Queremos que as pessoas conheçam a nossa cultura e valorizem toda a nossa criatividade na moda, na música, no audiovisual e na dança. O festival é uma experiência para ser vivida nos cinco sentidos. Essa é a nossa proposta”, argumenta Anny.

Programação

8h – Abertura oficial com missa campal, momento de espiritualidade e bênçãos para o início das atividades
8h45 – Café da manhã regional com sabores tradicionais da Amazônia e abertura da feira cultural com barracas de iguarias e artesanato indígena
9h15 – Oficina de artesanato indígena aberta ao público (vagas limitadas)
10h45 – Oficina de economia criativa, solidária e fomento (vagas limitadas)
11h – Início da venda de almoço com pratos típicos à base de jaraqui
12h30 – Apresentação musical de Alex Pontes, cantor do Boi Caprichoso
14h – Oficina “Concultura nos Bairros”, com diálogo sobre políticas culturais
15h – Primeiro bingo da tarde com prêmios comunitários
16h – Roda de conversa com lideranças indígenas, comunitárias e personalidades da cidade, mediada por equipe de podcast local
16h30 – Apresentação de carimbó com o grupo Casal Norte
17h – Desfile de moda indígena, com peças autorais e representativas das etnias do território
17h30 – Apresentação de danças regionais amazônicas com grupos convidados
19h – Sorteio de rifa beneficente
20h – Show especial com Tony Medeiros, cantor do Boi Garantido

Por Márcia Costa Rosa