A obra reúne a história do programa de recompensa por serviços ambientais para famílias moradoras ou usuárias de 16 Unidades de Conservação (UCs) no Amazonas, beneficiando anualmente mais de nove mil famílias. O livro ‘Programa Bolsa Floresta: trajetória, lições e desafios de uma política pública inovadora para a Amazônia’ é uma iniciativa da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) em comemoração ao seu aniversário de 14 anos, celebrado na terça-feira, dia 8 de fevereiro.

A publicação é dividida em quatro capítulos, que narram os temas: origem do Bolsa Floresta; evolução do programa; conhecimentos adquiridos sobre as realidades socioambientais nas UCs atendidas; e perspectivas de novos caminhos de políticas públicas para o desenvolvimento sustentável, a partir dos aprendizados do Bolsa Floresta.

De acordo com o superintendente-geral da FAS, Virgilio Viana, espera-se que o livro contribua para o futuro ainda mais exitoso do programa em sua expansão no estado.

“Olhando para o futuro podemos sonhar com um programa fortalecido com o renovado compromisso do Governo. Esperamos que isso garanta um futuro ainda mais exitoso. Afinal, trata-se do maior programa de pagamento de serviços ambientais em florestas tropicais do mundo e o mais bem avaliado internacionalmente. É dever nosso e de todos os parceiros lutar pela sua perenidade e aprimoramento contínuo”, afirma Virgilio.

O Programa Bolsa Floresta é uma política pública estadual criada em 2007. Seus beneficiários têm adesão voluntária vinculada à participação em oficinas de capacitação em mudanças climáticas e serviços ambientais, e não abertura de novas áreas de roçado em florestas nativas. A partir de então, eles têm acesso a ações complementares nas áreas de geração de renda, melhoria da infraestrutura comunitária e empoderamento das associações.

Na Reserva Extrativista do Rio Gregório (Resex do Rio Gregório), as mudanças proporcionadas pelo Bolsa Floresta são exaltadas pela comunidade. “Antes, as pessoas trabalhavam mais e ganhavam menos, à base do extrativismo ilegal de madeira”, diz o presidente da Associação de Moradores Agroextrativistas do Rio Gregório (Amarge), Delziano Pinheiro. Porém, ele reconhece que no início foi difícil trabalhar com a conscientização das famílias para o uso sustentável, porque a antiga cultura vinha dos pais e avós.

Delziano Pinheiro aponta como as ações do projeto mudaram a mentalidade dos moradores. “Jovens que antes sonhavam ir embora para estudar e ter chance de uma nova vida agora encontram motivos para ficar, com planos de se tornarem líderes locais”, completa. “Hoje temos internet, o que sequer sonhávamos, e com isso fazemos videoconferência, recebemos atendimento de saúde por telemedicina, temos contato com o resto do mundo estando em local remoto na floresta, a mais de 200 km da sede do município mais próximo, Eirunepé”, destaca.

Anualmente, o Bolsa Floresta Familiar investe R$ 600 anuais por família, depositados no cartão das famílias participantes. A iniciativa faz parte do Programa Floresta em Pé (PFP) da FAS, que trabalha com geração de renda, empreendedorismo, infraestrutura comunitária e empoderamento de comunidades do Amazonas.

O livro está disponível de forma virtual no site: fas-amazonia.org/publicacoes, na seção “Livros”.

*Com assessoria