Foto: Barbara Lopes / Agencia O Globo

Políticos, artistas e figuras famosas da TV e da internet lamentaram a morte do publicitário Washington Olivetto, 73. Considerado o “Pelé da Publicidade”, Olivetto morreu no hospital Copa Star, no Rio de Janeiro no fim da tarde deste domingo (13).

O Corinthians – time do coração de Washington – foi um dos primeiros perfis a se manifestar nas redes sociais. O clube relembrou o fato de o publicitário ter sido um dos fundadores do movimento Democracia Corinthians.

No mundo político, a morte de Washington Olivetto também repercutiu. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou suas condolências à família do comunicador. Em nota, o petista –que também é corintiano– destacou feitos de sua carreira e relembrou a participação de Olivetto no Democracia Corinthiana durante a ditadura militar.

 “Aos 73 anos, nos despedimos do publicitário Washington Olivetto, talvez o mais célere nome da nossa propaganda. […] Meus sentimentos à família, amigos, colegas de profissão e admiradores”, diz a nota divulgada pelo Planalto.

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, também se manifestou. Em nota, disse que recebeu a notícia com “profunda tristeza”. Classificou o comunicador como “um gigante da publicidade”.

“Neste momento de dor, manifesto publicamente meus sentimentos de solidariedade e pêsames para todos os familiares, amigos e admiradores do trabalho de Olivetto. Deixo um abraço especial para a esposa Patrícia e para os filhos do publicitário”, escreveu.

‘Melhor de todos’, dizem publicitários

Washington Olivetto, que faleceu no domingo, aos 73 anos, deixará um legado de criatividade para as futuras gerações de publicitários do Brasil. Dono de campanhas icônicas como “O Primeiro Sutiã” e “O Garoto da Bombril”, especialistas destacaram que um de seus maiores trunfos foi trazer aspectos do dia a dia para os comerciais de TV.

“Washington foi uma escola, e foi aluno do cotidiano ao compreender que a propaganda criativa vem da rua, dos hábitos da cultura popular. Sua carreira e sucesso foram guiados pela habilidade de transformar atitudes simples em ideias poderosas e inesquecíveis”, disse Fernando Barros, presidente do Conselho da Propeg.

Para Francesco Civita, CEO da Pródigo Filmes, Olivetto tinha como marca a união da criatividade com a vida cotidiana: “Isso transformou a publicidade em cultura popular. Com humor afiado e genialidade, ele renovou marcas e deixou sua marca na história”.

Para Hugo Rodrigues, presidente do conselho da WMcCann, que sucedeu Washington Olivetto, em 2017, lembrou que o maior legado para as novas gerações é a forma como Olivetto fazia publicidade: “Ele é um divisor do mercado: existe a publicidade antes do Washington, e depois de Washington. Esse legado é eterno. E por isso mesmo, ele vai continuar impactando gerações no futuro, como Senna no automobilismo, Pelé no futebol… Perdemos a genialidade do Washington, mas a espiritualidade de como ele fazia publicidade será sempre perseguida por qualquer profissional que ame esse ofício”.

Segundo Erh Ray, CEO da Betc Havas, o trabalho de Olivetto mostra que negócios e criatividade caminham juntos: “Para uma geração de líderes criativos e donos de agências, ele foi um mestre, ensinando-nos a pensar além. Pioneiro, foi um dos primeiros brasileiros a ganhar um Leão em Cannes e a ser homenageado no festival, marcando a publicidade global. Com obras memoráveis como ‘O Primeiro Sutiã’ e ‘O Garoto da Bombril’, foi visionário ao perceber que publicidade e cultura popular precisavam caminhar juntas. E transformou a profissão de publicitário em motivo de orgulho. Seu legado transcende prêmios e moldou nossa indústria. O vazio que ele deixa é imenso, mas seu impacto é eterno”.

Para o publicitário Luiz Lara, fundador da Lew’Lara\TBWA, Olivetto soube unir os aspectos populares e sofisticados, o culto e o divertido em suas campanhas. “Ele foi muito além da publicidade, tornou-se um artista pop, formador de opinião, sem nunca perder a leveza e o humor. Fez a publicidade brasileira ganhar asas e se tornar uma das mais premiadas do mundo. Ganhou seu primeiro prêmio em Cannes com apenas 19 anos. Brilhou na DPZ, onde revolucionou o cinema publicitário, fundou a W/Brasil e sempre criou campanhas memoráveis que entraram na cultura popular. ‘O Homem de 40 Anos’, ‘O Casal Rodolfo e Anita do Itaú’, ‘Unibanco 30 Horas’, o Cachorrinho da Cofap, os meninos do DDD, o ‘Bra’ de Bradesco. São muitas campanhas fantásticas que ficarão para sempre na nossa memória afetiva”.

Dalton Pastore, presidente da ESPM, onde Olivetto era Professor Emérito, lembrou que seu talento conquistou fama, respeito e admiração para a publicidade brasileira em todo o mundo. “Ele seguirá sendo uma inspiração para todos os que se dedicam a fazer melhor”.

Com informações de O Globo e Poder 360