O advogado contou que Fachin entregou material detalhado sobre as ações da Justiça Eleitoral a respeito das sugestões dos militares para o pleito deste ano. (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), demonstrou preocupação com a gravidade da operação policial que terminou com pelo menos 25 mortos na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (24). O magistrado é o relator no Supremo de uma ação que trata de letalidade em ações policiais em comunidades cariocas.

O ministro conversou com o procurador de Justiça do Rio de Janeiro, Luciano de Oliveira Mattos de Souza, e demonstrou “preocupação com a notícia de mais uma ação policial com índice tão alto de letalidade”.

Na ação que tramita na Suprema Corte, Fachin determinou que o Governo do Rio forneça um plano de redução da letalidade policial. No entanto, o magistrado declarou que confia no Ministério Público do estado. “Mas [Fachin] informou que soube da pronta atuação do Ministério Público e que tem confiança de que a decisão do STF será cumprida, com a investigação de todas as circunstâncias da referida operação”, informou o Supremo, em nota.

Ao longo da história, apenas a ação na favela do Jacarezinho, em maio do ano passado, resultou em mais mortes do que a realizada na Vila Cruzeiro – naquela ocasião, foram 28 óbitos.

A Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que a operação, que ocorreu em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), estava sendo organizada havia meses, mas teve de ser posta em prática de modo emergencial para impedir a fuga de traficantes para a Rocinha. Entre as pessoas mortas, foram identificados moradores que não tinham ligação com o crime.

Após a operação, o coronel da Polícia Militar Luiz Henrique Marinho chegou a dizer que a corporação “começou a reparar essa movimentação, essa tendência deles de migração para o Rio de Janeiro, a partir da decisão do STF [que limitou operações policiais em favelas durante a pandemia de Covid-19]”.