A artista Marselha Cauper, deficiente visual, participa da exposição (Foto: Aguilar Abecassis / Secretaria de Cultura e Economia Criativa)

A Galeria do Largo e a Central de Exposições da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa inauguraram, nesta semana, no Palácio da Justiça, a exposição “Pluralidade”, uma mostra que apresenta, de forma simples e inovadora, um mundo mais inclusivo. Por meio da arte, o evento celebra as diferentes formas de participação na sociedade, transformando a expressão artística em ponte para a inclusão, o respeito e a valorização da diversidade humana.

Ao todo, onze artistas com deficiência expõem obras marcadas pela criatividade, sensibilidade e múltiplas formas de expressão. Cada trabalho exposto reflete a potência da arte como voz e presença, rompendo barreiras e celebrando talentos únicos.

A iniciativa nasce do diálogo com instituições que atuam na causa da inclusão e da acessibilidade, fortalecendo o compromisso do Governo do Amazonas e da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa em ampliar espaços de participação e visibilidade para pessoas com deficiência.

Segundo a assessora de Inclusão da Pessoa com Deficiência da Secretaria de Cultura, Marssicleia Brito, o projeto foi um desafio e fortalece as políticas de inclusão na cultura do Amazonas. “Nós estamos muito felizes com o início da exposição. A Secretaria de Cultura sempre se preocupou com a pessoa com deficiência. Em todos os nossos espetáculos temos audiodescrição e Libras, e agora, pela primeira vez, realizamos uma semana de artistas com deficiência expondo suas obras. Pretendemos continuar com essa ação todos os anos”, destacou.

Para Leidiane Santos, mãe do artista Marcelo Leandro, a oportunidade de ver o filho expondo suas obras foi um momento de emoção e reconhecimento. “Eu estou surpreendida, porque primeiro agradeço a Deus, porque é Ele que dá essas habilidades para cada um que está aqui. Meu filho tem autismo, ele memoriza, guarda aquela imagem na memória e coloca no papel. Eu achei muito impressionante e agradeço muito por isso e pela oportunidade de estar aqui no Palácio da Justiça”, afirma.

Entre os expositores, a emoção também marcou a abertura da mostra com a história da artista Marselha Cauper, deficiente visual que retrata em seu quadro a beleza da fauna e da flora amazônica, trazendo um tucano com todo o seu esplendor, e destacou a realização pessoal de integrar o evento.

“Estou muito feliz por estar aqui neste lugar. É um privilégio enorme participar e mostrar o que a gente pode criar. Faço parte do grupo Arte com Toque, da professora Ciane Oliveira. Sempre gostei de pintura desde criança. Há dois anos me tornei deficiente visual e achei que não seria mais possível pintar. Então, com a ajuda da professora Ciane e do projeto, consegui voltar a desenhar e a pintar. Já fiz vários trabalhos e, quando as pessoas veem, muitas nem acreditam que fui eu que pintei”, contou Marselha.

A exposição Pluralidade também reforça o compromisso com a acessibilidade. Todas as obras contam com recursos em Libras e descrição em braille, garantindo que pessoas com diferentes condições possam apreciar e compreender o conteúdo artístico. Dessa forma, a mostra amplia a inclusão e reafirma a arte como espaço aberto a todos os públicos.

Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa