A exportação brasileira de café bateu recorde em maio de 2024. De acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o país remeteu 4,397 milhões de sacas de 60 kg do produto. Consequentemente houve a maior receita cambial já registrada em qualquer mês da história, de US$ 1,017 bilhão. Além disso, como foi notado no relatório estatístico mensal do Cecafé, o desempenho representa também um crescimento de 79,6% em volume e de 85,9% na geração de divisas na comparação com o mesmo mês do ano passado.
“Com essa performance, o Brasil chega a 43,707 milhões de sacas remetidas ao exterior nos 11 meses do ano safra 2023/24 e caminha para a quebra do recorde das exportações neste ciclo. Uma vez que os embarques atuais se encontram 2 milhões de sacas abaixo do maior volume histórico até então, obtido na temporada 2020/21, quando o país comercializou 45,7 milhões de sacas. Esse novo volume máximo é bem plausível de ser alcançado, já que, desde outubro do ano passado, temos embarcado uma média superior a 4 milhões de sacas ao mês”, projeta o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira.
Ano civil
No acumulado de janeiro ao final de maio de 2024, as exportações brasileiras de café totalizam 20,690 milhões de sacas. O montante também é recorde para o período e que representa crescimento de 52,1% em relação ao aferido nos cinco primeiros meses do ano passado.
Tanto em maio, quanto nos acumulados deste ano e da safra 2023/24, o comportamento dos embarques reflete a excelente performance dos cafés canéforas (conilon + robusta).
Tipos de café
De janeiro ao fim de maio, o café arábica, com 15,654 milhões de sacas, segue como o mais exportado pelo Brasil. Importante perceber que esse montante representa 75,7% do total e implica alta de 36,3% na comparação com o primeiro quinquemestre do ano passado. A espécie canéfora, vem na sequência, respondendo por 16,6% do geral.
Principais destinos
Os 10 principais compradores dos cafés do Brasil elevaram suas aquisições nos primeiros cinco meses deste ano. Os Estados Unidos encabeçam o ranking, importando 3,471 milhões de sacas, ou 37,6% a mais frente ao primeiro quinquemestre de 2023, o que equivale a 16,8% das exportações totais.
A Alemanha ocupa o segundo lugar na tabela. Na sequência, vêm Bélgica, Itália e Japão.
Até o décimo lugar, destacam-se, ainda, os desempenhos de Reino Unido, sétima posição no ranking com a importação de 665.254 sacas, volume que implica crescimento de 111,1% em relação ao intervalo de janeiro a maio de 2023; e do também produtor de café México, décimo colocado, que ampliou em significativos 703,4% a compra do produto brasileiro ao adquirir 465.809 sacas nos cinco primeiros meses de 2024.
Por blocos econômicos, é válido salientar o crescimento dos embarques do café brasileiro à União Europeia, diante da aproximação da vigência do Regulamento da UE para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR), a partir de 1º de janeiro de 2025. Nos cinco primeiros meses deste ano, o Brasil exportou 9,907 milhões de sacas a esse destino, ou 71,9% a mais na comparação com idêntico intervalo de 2023.
Cafés diferenciados
Os cafés que possuem qualidade superior ou certificados de práticas sustentáveis respondem por 19,3% das exportações de janeiro a maio de 2024. Esse volume representa também aumento de 66,4% frente ao registrado nos cinco primeiros meses de 2023.
Vale destacar que no ranking dos principais destinos dos cafés diferenciados, entre janeiro e maio de 2024, os EUA seguem no primeiro lugar. Fechando o top 5, aparecem Alemanha, Bélgica, Holanda e Reino Unido.
Portos
O Porto de Santos permanece como o principal exportador dos cafés do Brasil. Na sequência, aparecem o complexo marítimo do Rio de Janeiro e o Porto de Paranaguá no Paraná.
O relatório completo das exportações dos cafés do Brasil, até maio de 2024, está disponível no site do Cecafé.
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