Em um vídeo gravado com exclusividade à TV Bahia na manhã de hoje (7), Alessandra Sampaio se emocionou e falou sobre a esperança de encontrar o marido com vida.
A esposa do jornalista inglês Dom Phillips, que está desaparecido na Amazônia com o indigenista Bruno Pereira, fez um apelo às autoridades para que haja um reforço nas buscas. Os dois sumiram no domingo (5) na região do Vale do Javari, no estado do Amazonas.
Em um vídeo gravado com exclusividade à TV Bahia, nesta terça-feira (7), Alessandra Sampaio se emocionou e falou sobre a esperança de encontrar o marido com vida.
“Eu queria fazer um apelo para o governo federal e para os órgãos competentes, para intensificarem as buscas, porque a gente ainda tem um pouquinho de esperança de encontrar eles. Mesmo que eu não encontre o amor da minha vida, vivo, eles têm que ser encontrados, por favor. Intensifiquem essas buscas. Eu não quis falar antes porque a família toda está muito chocada e a gente não está sabendo reagir. Mas eu estou fazendo esse apelo, por favor, para intensificar essas buscas”
“Cada minuto conta”, disse, chorando, Sian Phillips, que vive no Reino Unido.
“Meu irmão Dom vive no Brasil com a mulher dele, ele ama o país e se preocupa muito com as pessoas lá. Nós sabíamos que é um lugar perigoso, mas o Dom realmente é um jornalista talentoso e estava fazendo pesquisas para um livro quando desapareceu ontem. Nós estamos muito preocupados com ele e pedimos urgência às autoridades brasileiras para que façam tudo (…) se alguém puder ajudar e aumentar os recursos para as buscas, seria ótimo, pois o tempo é crucial.”
Buscas
Nesta terça (7), as buscas são feitas pela Marinha do Brasil, com o apoio de um helicóptero, duas embarcações e uma moto aquática. Os desaparecimentos do jornalista e de Bruno Pereira estão sendo investigados pela Polícia Federal no Amazonas, que não deu detalhes sobre as apurações.
Dom Phillips e a esposa moram na Bahia desde 2007, em Salvador. O jornalista, que é colaborador do jornal britânico The Guardian, está escrevendo um livro sobre a floresta amazônica. O projeto do livro é apoiado pela Fundação Alicia Patterson.
Bruno, que além de estudar e pesquisar questões relacionadas aos povos indígenas, é servidor de carreira da Fundação Nacional do Índio (Funai), e recebia constantes ameaças de madeireiros, garimpeiros e pescadores.
Quando desapareceu, o indigenista não estava em uma missão institucional, mas a Funai informou que também acompanha a situação. Bruno chegou a ser coordenador regional de Atalaia do Norte, que compreende justamente a área onde ele foi visto pela última vez.
O servidor deixou o cargo em 2016, durante um conflito registrado entre povos isolados da região. O indigenista também chefiou a maior expedição para contato com índios isolados dos últimos 20 anos, em 2018, quando foi coordenador-geral de Índios Isolados e de Recém Contatados da Funai.
No ano seguinte, em 2019, ele foi exonerado do cargo após pressão de setores ruralistas ligados ao governo do presidente Jair Bolsonaro.
Com informações do G1 Bahia