A emenda de Eduardo Braga foi aprovada já no final da noite depois de muita negociação

Proposta do senador Eduardo Braga, incluída no projeto dos combustíveis, aprovado ontem (13) no Senado, evita que cidadãos paguem a conta pela redução do ICMS

Eventuais perdas de Estados e municípios com a redução do ICMS sobre combustíveis e energia não poderão ser compensadas com cortes nas áreas de educação e saúde. É o que prevê emenda do líder do MDB no Senado, Eduardo Braga, incorporada ao PLP 18/22, aprovado na noite de ontem (13). O projeto, que volta agora para a Câmara dos Deputados, estabelece energia, combustíveis, comunicações e transportes públicos como bens essenciais, cujo ICMS é limitado a 17%.

Na avaliação do senador Eduardo, estados e municípios dificilmente sofrerão perdas substantivas, até por conta do superávit significativo que acumularam nos últimos meses. “De qualquer forma, o que não pode, em hipótese alguma, é o povo, mais uma vez, pagar a conta, com a falta de investimentos em educação e saúde ou até mesmo custeio de serviços básicos”, argumenta o parlamentar.

Para evitar que isso aconteça, o texto da emenda diz que ” estados e municípios deverão manter a execução proporcional de gastos mínimos constitucionais em saúde e educação, inclusive quanto à destinação de recursos ao Fundeb, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação”.

Inflação

Apesar de críticas pontuais ao chamado projeto do ICMS, Eduardo Braga explicou o voto favorável em Plenário pela urgência da redução dos preços dos combustíveis: “Temos que admitir que, após meses de intensas discussões, não conseguimos chegar a uma solução ideal. O PLP 18 é caminho mais curto, aliás, é o único caminho, no momento, que aponta na direção que todos aqui queremos, que é a redução da escalada dos preços dos combustíveis e da energia, dois dos maiores vilões da inflação.”

O líder argumentou que a inflação tem ajudado a condenar uma legião inteira de brasileiros à miséria e à fome e lembrou pesquisa recente indicando que 33 milhões de brasileiros convivem diariamente com a fome.

O projeto aprovado no Senado prevê uma compensação aos estados – que têm no ICMS sua maior fonte de receita – com o abatimento de dívidas com a União, quando a perda de arrecadação passar de 5%. Os governos não endividados terão prioridade para fazer empréstimos com o aval da União, e podem ter recursos adicionais em 2023.

A emenda do senador Eduardo foi aprovada depois de longa negociação, já no final da noite. Já a emenda do chamado “vale-gasolina”, também de autoria do líder do MDB, foi rejeitada devido a restrições de gastos impostas pela legislação eleitoral. A ideia do senador era conceder um auxílio emergencial de até R$ 300 mensais para motoristas e entregadores de aplicativos, taxistas, motoristas de pequenas embarcações e outros profissionais cujo trabalho dependa diretamente dos combustíveis.

O “vale-gasolina” beneficiaria quem tem renda familiar de até três salários mínimos e seria limitado a R$ 3 bilhões, no total.

Com informações da assessoria