Foto: Reprodução / Twitter @Lula

O presidente Lula afirmou que “entende” o papel da União Europeia em dar apoio à Ucrânia no conflito contra a Rússia, mas que é hora de “parar a guerra”.

Lula disse preferir uma “terceira via” na guerra entre Rússia e Ucrânia. “Como a gente vai resolver na prática, você tem que convencer as pessoas que você pensa que não querem parar a parar.

Nós estamos em situação em que a guerra da Rússia e da Ucrânia não está fazendo bem à humanidade. É por isso que nós temos que encontrar um grupo de pessoas que esteja disposto a falar em paz”, disse o presidente.

“Eu não quero agradar ninguém, eu quero construir uma forma de colocar os dois à mesa. Não precisa destruir o mundo para construir a paz. A Rússia não deveria ter invadido, mas invadiu. Em vez de eu ficar escolhendo lado, eu prefiro escolher uma terceira via”, acrescentou.

As declarações foram feitas por Lula hoje em visita oficial a Portugal. O presidente brasileiro fez um pronunciamento conjunto com Marcelo Rebelo de Sousa e participou, na sequência, respondeu perguntas de jornalistas.

Agenda intensa

Ainda hoje, Lula após reuniões com Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, residência oficial do presidente da República, se dirigirá ao Centro Cultural de Belém onde participará do almoço oferecido pelo primeiro-ministro, António Costa, e da reunião plenária da Cimeira Luso-Brasileira, cúpula bilateral que será retomada após sete anos.

Por fim, neste sábado os dois governos assinarão pelo menos 13 documentos, entre os quais, um acordo para equivalência de diplomas nos níveis fundamental e médio e outro para reconhecer carteiras de motorista.

Na próxima segunda-feira (24), o presidente brasileiro tem um encontro com empresários na cidade do Porto. À noite, volta a Lisboa para entregar o Prêmio Camões ao cantor e compositor Chico Buarque.

Mercosul-União Europeia e guerra na Ucrânia

Na conversa com o primeiro-ministro, Lula deve tratar principalmente de dois temas: o acordo comercial do Mercosul com a União Europeia e a guerra entre Rússia e Ucrânia, assim como ocorreu na reunião com Marcelo Rebelo.

Mercosul-União Europeia e guerra na Ucrânia

O acordo foi assinado em 2019, depois de 20 anos de negociações. Mas ainda não saiu do papel, porque depende de ratificação por parte dos países.

Políticos europeus têm dito que problemas na preservação do meio ambiente na América Latina estão travando a conclusão da parceria.

O Brasil vê no acordo uma maneira de dinamizar as vendas para o mercado europeu.

Além do aspecto comercial, Lula vem buscando também impulsionar o Brasil no cenário geopolítico. O presidente propõe a criação de um grupo de países neutros em relação à guerra para intermediar a paz entre Rússia e Ucrânia.

Só que declarações dele nas últimas semanas, atribuindo aos Estados Unidos e à União Europeia responsabilidades pela continuidade do conflito, causaram má impressão no Ocidente, principalmente no governo norte-americano. Os EUA consideraram que Lula estava reproduzindo visões russa e chinesa sobre a guerra.

Com informações do Uol e g1