FOTO: Filippo Monteforte / Reuters

O papa Francisco pediu, em sua mensagem de Páscoa neste domingo, que os países acelerem a distribuição das vacinas contra Covid-19, especialmente para a população pobre, e chamou os conflitos armados e os gastos militares durante a pandemia de “escandalosos”.

Por conta do coronavírus, este é o segundo ano consecutivo que as missas papais de Páscoa têm a presença de um pequeno público em um altar secundário da Basílica de São Pedro, em vez de multidões na igreja ou na praça do lado de fora.

Depois de celebrar a missa, Francisco leu sua mensagem “Urbi et Orbi” (à cidade e ao mundo), na qual ele tradicionalmente faz uma avaliação dos problemas mundiais e apela à paz.

“A pandemia ainda está se espalhando, enquanto a crise social e econômica continua severa, especialmente para os pobres. No entanto –e isso é escandaloso– os conflitos armados não acabaram e os arsenais militares estão sendo reforçados”, disse.

O papa Francisco, que normalmente teria feito o discurso para até 100.000 pessoas na Praça de São Pedro, falou para menos de 200 convidados na igreja, enquanto a mensagem era retransmitida para dezenas de milhões em todo o mundo.

A praça estava vazia, exceto por alguns policiais que faziam valer um rígido lockdown nacional de três dias.

O papa pediu a Deus que console os enfermos, os que perderam um ente querido e os desempregados, pedindo às autoridades que deem às famílias mais necessitadas um “sustento decente”.

Ele elogiou os trabalhadores médicos, se solidarizou com os jovens que não podem frequentar a escola e disse que todos foram chamados para combater a pandemia.

“Eu peço a toda a comunidade internacional, em um espírito de responsabilidade global, que se comprometa a superar os atrasos na distribuição de vacinas e a facilitar sua distribuição, especialmente nos países mais pobres”, disse.

Francisco, que muitas vezes pediu o desarmamento e a proibição total da posse de armas nucleares, disse: “Ainda há muita guerra e muita violência no mundo! Que o Senhor, que é a nossa paz, nos ajude a superar o mentalidade de guerra.”