Mais de 200 focos de queimadas foram registrados em um só dia - Foto: Reprodução

O Amazonas registrou mais de 200 focos de queimadas em um único dia. O dado alarmante foi observado nesta sexta-feira, 19, justamente no período em que o estado vive uma preocupante estiagem. O responsável pelo relatório é o Programa de BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O aumento expressivo das queimadas já tinha chamado atenção na terça-feira, 16, quando o Inpe apontou cerca de 117 focos de calor no Amazonas. Isso porque, em todo o mês de julho, o número de queimadas vinha se mantendo em uma média de 21 por dia, valor muito menor do que o registrado nesta sexta.

No entanto, o número divulgado nas últimas 24 horas superou todo o mês de julho até o momento. Cerca de 260 focos de calor foram observados entre quinta-feira, 18, e esta sexta.

O relatório ambém apontou que o município de Lábrea, na Região Sul do Amazonas, é o segundo com mais focos de queimadas em todo o Brasil. A cidade só fica atrás de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, considerada a ‘capital do Pantanal’.

A região onde fica Lábrea é conhecida como arco do fogo. Desde o primeiro dia de julho até esta sexta, foram registrados 267 focos de calor apenas por lá. Com a nova atualização, já se somam 773 queimadas em todo o estado do Amazonas somente neste mês.

Estado enfrenta emergência ambiental

A estiagem no Amazonas pode ser a maior dos últimos anos, segundo o Governo do Estado. Atualmente, 10 mil pessoas estão sendo afetadas pelo problema, que causa o isolamento de comunidades e o desabastecimento, devido à seca dos rios.

O cenário é esperado em todo o Estado nesta época, e há previsão de que a estiagem seja pior do que em 2023, quando o Rio Negro teve a pior seca da história ao atingir 13,59 metros. Até o momento, 22 cidades já estão em situação de emergência. Em Manaus, o Rio Negro desceu 54 centímetros no mês de julho.

Neste ano, o fenômeno começou mais cedo. Em 16 de julho de 2023, o Rio Tarauacá, que banha a cidade de Envira, media 8,55 metros. Nesta terça-feira, 16, um ano depois, o mesmo rio está com 5,26 metros. Em alguns trechos, é possível percorrer a pé o trajeto entre as duas margens do Rio Jurupari. No fim de semana, as águas mediam 1,22 metro. No ano passado, mediam 6,77 metros.

Vaca em pasto plantado em área desmatada da Amazônia perto da rodovia Transamazônica em Humaitá. FOTO: Bruno Kelly / Reuters

No Acre, a seca também é um problema, ainda que, em fevereiro, o Estado tenha batido recorde de cheia.

A orientação da Defesa Civil do Amazonas é que a população se abrigue na sede dos municípios mais afetados, para que possam receber alimentos, e evitem ficar isoladas.

*Com informações de Terra