Papa Francisco discursa no Vaticano (Foto: Stefano Costantino / SOPA Images / Getty Images)

Pontífice faz movimento inédito que pode abrir caminho para maior inclusão feminina nas decisões internas da Igreja Católica

Em decisão histórica, anunciada pelo Vaticano nesta quarta-feira (26), o Papa Francisco decidiu permitir que mulheres votem no próximo Sínodo dos Bispos. Trata-se de um movimento inédito que pode abrir caminho para maior inclusão feminina nas decisões internas da Igreja Católica.

Além disso, Francisco aumentou o número de leigos que vão participar do Sínodo, programado para outubro, que é o principal colegiado de deliberação da Igreja.

O Sínodo dos Bispos é uma instituição permanente de aconselhamento do Papa, que reúne bispos de todo o mundo. As reuniões ocorrem periodicamente, com o objetivo de debater e votar propostas sobre orientações da Igreja que são enviadas para deliberação do pontífice.

O tema escolhido para o evento de 2023 trata do estímulo a um envolvimento mais intenso dos fiéis nas questões da Igreja.

As novas deliberações, publicadas em um documento sobre o próximo Sínodo, marcam uma mudança histórica nas regras da Igreja católica de Roma.

O documento prevê mais alterações. Ainda que a maior parte dos participantes seja formada por bispos, Francisco acrescentou 70 integrantes além deles.

A orientação é que 35 sejam mulheres e que a presença de jovens seja estimulada. O texto determina que, por serem integrantes, “eles terão o direito a voto”.

As transformações não param por aí. Cinco freiras se juntarão aos cinco padres, que têm poder de voto, como representantes de ordens religiosas. Nos Sínodos anteriores, às mulheres era permitido, apenas, atuar como auditoras.

Papa sempre defendeu participação mais efetiva das mulheres

Francisco, desde o início e seu pontificado, defende a ampliação do poder de decisão das mulheres. Da mesma forma, prega o estímulo à integração de leigos nos temas da Igreja.

O Papa já nomeou mulheres para cargos na Cúria Romana, que representa o governo central da Igreja. Em 2021, ele mudou o regulamento para liberar mulheres a fazerem a leitura da Bíblia nas missas, além de distribuir a comunhão durante as missas.

O direito ao voto era uma reivindicação antiga das mulheres na Igreja Católica. No Sínodo de 2018, inclusive, foram registrados protestos pela ampliação do papel feminino, com a entrega de uma petição com mais de nove mil assinaturas ao secretariado do evento, de acordo com informações do The New York Times e da Associated Press.

Com informações da Revista Forum