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Nesta quarta-feira (19), o dólar iniciou o dia em alta, ultrapassando a marca de R$ 5,45 nas primeiras horas de pregão. Os investidores aguardam ansiosamente pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, prevista para hoje.

Com os resultados, o dólar acumulou altas de 0,96% na semana, 3,51% no mês e 11,97% no ano. Já o Ibovespa operava em queda de 0,31%, aos 119.259 pontos nesta sessão. No pregão anterior, o índice havia fechado em alta de 0,41%, alcançando os 119.630 pontos, acumulando quedas de 0,03% na semana, 2,02% no mês e 10,85% no ano.

A expectativa é que o Copom mantenha a taxa Selic, atualmente em 10,50% ao ano, sem alterações, apesar do aumento da inflação no país, impulsionada pelos preços dos alimentos e pela valorização do dólar.

A decisão do Copom ocorre em um contexto de tensões entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Banco Central. Recentemente, o presidente criticou a gestão da instituição, alegando que o país não precisa de taxas de juros elevadas.

“Só temos uma coisa desajustada no Brasil: é o comportamento do Banco Central”, disse Lula nesta terça-feira (18)

O mercado também observa de perto as repercussões das declarações de Lula, feitas na terça-feira, nas quais ele criticou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, sugerindo suas aspirações políticas e questionando sua gestão. Lula afirmou que, ao fim do mandato de Campos Neto em 2024, indicará alguém comprometido com o crescimento econômico do país para presidir o BC.

No campo dos índices, o Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, operava em queda de 0,31%, registrando cerca de 119.259 pontos. O feriado de Juneteenth nos Estados Unidos contribui para um volume reduzido de negociações hoje.

Quanto ao dólar, às 10h13, a moeda norte-americana subia 0,51%, cotada a R$ 5,4612. No dia anterior, encerrou cotado a R$ 5,4335, marcando altas significativas nas últimas semanas.

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Os investidores também estão atentos ao desenrolar da ação no STF que discute se o Google deve fornecer informações sobre usuários que pesquisaram termos relacionados a Marielle Franco antes de sua morte. Esses dados são considerados cruciais para novas evidências no caso.

Em resumo, o mercado financeiro brasileiro continua volátil, com os olhares voltados para a política monetária local, as declarações políticas e o cenário econômico global, especialmente nos Estados Unidos.

Contexto

Lula afirmou que o comportamento do Banco Central é desajustado e criticou a manutenção dos juros em níveis que considera prejudiciais ao país.

“Só temos uma coisa desajustada neste país: é o comportamento do Banco Central. Essa é uma coisa desajustada. Presidente que tem lado político, que trabalha para prejudicar o país. Não tem explicação a taxa de juros estar como está”, declarou Lula nesta terça-feira (18).

Lula afirmou ainda que o Brasil não pode continuar com juros “proibitivos”, que inibam os investimentos produtivos, o crescimento do país e a geração de empregos.

O Banco Central, por sua vez, reforça sua autonomia e seu papel técnico na determinação da taxa de juros, cujo objetivo principal é controlar a inflação. Roberto Campos Neto, cujo mandato vai até o fim de 2024 e foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tem enfatizado que os juros altos são necessários para conter a inflação, apontando que a alta da dívida pública não pode ser confundida como causa direta dos juros elevados.

Em seus comunicados, o BC também destaca que uma inflação mais elevada prejudica principalmente as camadas de baixa renda da população.

Recentemente, o Banco Central reportou que o lucro líquido dos bancos alcançou R$ 144,2 bilhões em 2023, atingindo um novo recorde histórico.

*Com informações de IG