
“Um meteoro que se aproxima e faz os dinossauros gritarem”.
Esses termos constam de comunicado divulgado pela montadora chinesa BYD, em resposta à carta enviada por General Motors, Stellantis, Toyota e Volkswagen ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contrária ao pleito da BYD para o governo federal reduzir temporariamente a 10% a alíquota de importação de veículos eletrificados desmontados nos regimes SKD (semidesmontados) e CKD (completamente desmontados).
Atualmente, os carros SKD pagam 16% de taxa, enquanto os CKD (totalmente desmontados) recolhem 18%. Tais valores vigoram até 2028.
Perto de iniciar a produção de veículos em Camaçari (BA) nesses regimes, inicialmente, a BYD alega que a redução no imposto é necessária para viabilizar a o inicio das operações de sua linha de produção na Bahia – para gradualmente aumentar o nível de nacionalização dos seus carros.
Por outro lado, alegando concorrência desleal e desrespeito a regras previamente estabelecidas, as quatro montadoras afirmam na carta que, se o pedido da fabricante chinesa for atendido, o Brasil corre risco de desindustrialização e corte de investimentos já anunciados por marcas tradicionais no país na casa dos R$ 180 bilhões durante os próximos anos. A expectativa é de que o governo federal anuncie hoje mudanças no regime de tributação de veículos eletrificados importados.
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) também engrossou o coro, e pediu a o governo Lula que a redução dos impostos virasse, na verdade, um aumento, para 35%.
Atualmente, os percentuais para veículos híbridos importados prontos é de 30%, enquanto para híbridos plug-in fica em 28% – para elétricos, o imposto é de 25%. Apesar da tributação, até 30 de junho de 2026, as montadoras contam com cotas isentas de imposto. A previsão é de que, a partir de julho do ano que vem, o tributo suba a 35% para todos os eletrificados importados.
O que diz o comunicado da BYD
A réplica divulgada pela marca chinesa hoje é intitulada “Por que a BYD incomoda tanto?”
