Fernando Diniz é anunciado como novo técnico da Seleção Brasileira - Foto: Rodrigo Ferreira / CBF

Fernando Diniz deu sua primeira entrevista à imprensa nesta quarta-feira, 5, após ser apresentado oficialmente como técnico interino da Seleção Brasileira. Contratado por um ano, o treinador falou aos jornalistas na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro. Ele evitou falar sobre a expectativa da entidade pela contratação do italiano Carlos Ancelotti e dispensou comentários de possíveis conflitos de interesse com o trabalho enquanto treinador do Fluminense, cargo no qual permanece durante o compromisso junto à CBF.

Logo após ser apresentado, Diniz agradeceu a oportunidade de comandar a Canarinho, trabalho que ele afirmou ser “um sonho que se realiza”. De pronto, foi questionado sobre ética e a conciliação de seu trabalho enquanto técnico tanto do Fluminense quanto da Seleção Brasileira e sobre possíveis conflitos de interesse à frente de ambas as equipes, em relação à convocação de jogadores e aos diferentes calendários.

“A ética tem muito a ver com as pessoas que vão tomar as decisões”, disse Diniz. “Quando eu estiver trabalhando para a CBF, vou convocar o que é melhor para a CBF, olhando o futebol brasileiro como um todo.”

Questionado sobre a procura da CBF por Ancelotti, atualmente treinador do Real Madrid, Diniz desviou o foco e evitou responder questionamentos sobre o italiano, afirmando que seu objetivo é cumprir seu contrato de um ano à frente da Seleção Brasileira. “Não posso entrar no mérito do Carlos Ancelotti senão a gente vai entrar em uma coisa que não é meu foco, meu foco é falar de mim e daquilo que eu vou desenvolver aqui nesses 12 meses pelos quais eu estou sendo contratado”.

Sem dar prévias de possíveis escalações em sua mira, o treinador elogiou o atacante Neymar e afirmou que seu objetivo será “convocar os melhores jogadores para ganhar o próximo jogo”.

“Tem um leque de opções muito grande e vira e mexe surgem novos jogadores, a gente vai saber os jogadores que a gente tem que ter nos determinados momentos importantes dos jogos das Eliminatórias e nas Datas Fifa de amistosos. A gente não tem nada pré-determinado”, apontou Diniz.

O treinador também garantiu que proporcionará “100% de dedicação” aos trabalhos à frente da Seleção e do Fluminense. “Eu vou me dedicar 100% onde estiver. Quando eu estiver trabalhando para o Fluminense, é dedicação total. Quando eu estiver trabalhando para a Seleção, principalmente nas Datas Fifa, eu vou me centrar e me dedicar totalmente, a minha dedicação vai ser máxima onde eu estiver atuando naquele momento”.

Anúncio da convocação

Fernando Diniz foi anunciado na terça-feira, 4 como técnico interino da Seleção Brasileira. O comandante do Fluminense assinou contrato de um ano. Ele vai continuar à frente do clube carioca. Diniz esteve na sede da CBF, na Barra da Tijuca, para acertar os últimos detalhes com o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues.

O cartola confirmou que o italiano Carlo Ancelotti, do Real Madrid, assumirá o cargo na Copa América e comandará a Seleção no ciclo até a Copa do Mundo de 2026.

“Tem muitos treinadores bons no Brasil, e Diniz foi por conta de trabalho que entendi que era inovador, a partir do momento em que ele fez trabalho no Audax. Depois, passou por outros clubes, tendo a mesma filosofia de jogo, sem ficar mudando. Sempre teve o mesmo método e gostei muito pela renovação que ele fez, das aplicações táticas. Então, é um treinador que realmente a proposta de jogo dele é quase parecida também com a do treinador que assumirá a partir da Copa América, o Ancelotti. Tem quase o mesmo tipo de proposta de jogo”, explicou.

Fernando Diniz diz estar realizando um sonho ao comandar a Seleção Brasileira. Ele falou que está confiante de que conseguirá conciliar o Fluminense e a Seleção.

“Um sonho para qualquer um, uma honra e um orgulho enorme poder prestar serviço para a Seleção. É uma convocação, ainda mais do que jeito que aconteceu. Um trabalho em conjunto da CBF com o Fluminense, e eu tenho convicção de que a gente tem tudo para levar isso adiante e fazer com que dê certo”, afirmou Diniz.

O combinado é que Diniz continue no Fluminense e comande a Seleção nas datas Fifa. A CBF tentou a liberação exclusiva, mas o clube carioca só aceitaria pelo pagamento da multa, algo rechaçado pela entidade.

“Ele é treinador, vai conciliar o Fluminense, o período todo lá, e como treinador da Seleção Brasileira. Como treinador da Seleção Brasileira, a gente não coloca ele como interino. Ele tem contrato de 12 meses de duração. Vai chegar e fazer a transição da Seleção Brasileira para o treinador Ancelotti, que vai assumir ali na Copa América”, disse Rodrigues.

O primeiro compromisso do novo treinador será a abertura das eliminatórias, em setembro. Na data Fifa de 4 a 12 de setembro, o Brasil recebe a Bolívia, em local a definir, e visita o Peru, em Lima.

O interino terá ainda mais quatro partidas em 2023, todas pelas eliminatórias: Venezuela (em casa) e Uruguai (fora), em outubro; Argentina (em casa) e Colômbia (fora), em novembro. Além disso, terá a data Fifa de março de 2024, quando serão disputados dois amistosos, um deles já marcado, contra a Espanha, em Madri.

*Com informações de Terra