Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) avaliados pelo novo relatório Política Climática por Inteiro, do Instituto Talanoa, organização brasileira independente para o monitoramento climático, apontam uma redução histórica no nível de desmatamento da Amazônia brasileira: foram 30,6% a menos de territórios desmatados, o melhor resultado em nove anos e o segundo melhor da série histórica que se iniciou em 1988 (perdendo apenas para o desempenho avistado entre os anos 2011-2015).
Apesar das queimadas e incêndios que se alastraram por diversos biomas nacionais ao longo de 2024, que corresponderam a pelo menos 27,41% do desmatamento total entre agosto de 2023 e julho de 2024 (o equivalente a aproximadamente 1,6 km² de área florestal eliminada pelo fogo), o desmatamento na Amazônia tem registrado queda significativa.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), entre 2022 e 2024, a redução no desmatamento significou também o não-lançamento de 400,8 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.
A redução pode ser atribuída, dentre outras coisas, à adoção da política de desmatamento ilegal zero do governo brasileiro, parte da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) adotada no Acordo de Paris, de setembro de 2016, pela qual o Brasil assumiu o compromisso de reduzir sua emissão de gases do efeito estufa (GEEs) em 53% até 2030 e de zerar suas emissões até 2050.
Esse compromisso buscava remediar a ameaça de que o aquecimento médio do planeta atingisse 1,5°C em 2024 — média que, infelizmente, foi ultrapassada. Em novembro de 2024 a temperatura média global chegou a ficar 1,54°C acima da média histórica.
O governo também criou o Plano de Prevenção e Combate ao Desmatamento na Amazônia (PPCDAm), que deve definir cerca de 29 milhões de hectares de florestas públicas federais até 2027, com cerca de 15 milhões de hectares declarados “interesse de estudo”.
Em 2024, a expansão de áreas florestais protegidas, como unidades de conservação (UCs) e Terras Indígenas (TIs), avançou 153 mil hectares, prossegue o relatório.
Além disso, as terras remanescentes de quilombos, que corresponderam a cerca de 21 territórios reconhecidos em diversos estados do Brasil e não entram no cálculo das áreas protegidas, têm contribuído “para a mitigação das emissões de GEE”.
Dados da plataforma Terrabrasilis, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que concentra informações de satélite sobre cobertura vegetal, desmatamento e queimadas, indicam que...