A taxa de desemprego no Brasil recuou a 6,4% no trimestre encerrado em setembro, mostram dados divulgados nesta quinta-feira (31) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O recuo coloca o percentual de desocupados com 14 anos ou mais no país no menor nível de toda a série histórica da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) para o período. O indicador é coletado desde 2012.
Desemprego é o menor em 12 anos para o terceiro trimestre. A taxa de 6,4% assume o posto de mais baixa do levantamento para o período ao aparecer abaixo do resultado de 2014 (6,9%). Em setembro do ano passado, o desemprego afetava 7,7% da população nacional.
Taxa encosta no nível mais baixo de desemprego da história. Na análise entre todos os trimestres móveis, o menor patamar de desocupação do Brasil foi apurado entre outubro e dezembro de 2013, quando 6,3% da população buscava por uma colocação profissional.
Cerca de 7 milhões ainda buscam por uma vaga de trabalho. O número de pessoas que não tinham trabalho e procuraram por um cargo é o menor desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015 (6,87 milhões). Somente para meses de setembro, o total é o menor desde 2014 (6,81 milhões). No ano passado, 8,3 milhões buscavam por uma colocação no terceiro trimestre.
“A trajetória de queda da desocupação resultada da contínua expansão dos contingentes de trabalhadores que estão sendo demandados por diversas atividades econômicas.” afirmou Adriana Beringuy, coordenadora da Pnad
Recorde de ocupados
Número de profissionais em atividade sobe para 103 milhões. O número representa o valor mais alto já coletado pelo IBGE para qualquer período. O total corresponde a um crescimento de 1,2% (mais 1,2 milhão de trabalhadores) no trimestre. Já na comparação anual, o avanço foi de 3,2% (mais 3,2 milhões de ocupados).
Indústria e comércio guiam novo recorde da ocupação no Brasil. De acordo com o IBGE, os setores apresentaram aumentos de, respectivamente, 416 mil (3,2%) e 291 mil (1,5%) no volume de novos empregados. Juntos, os dois segmentos totalizam 709 mil trabalhadores a mais no trimestre finalizado em setembro. Com o avanço, o comércio alcançou um novo recorde, com 19,6 milhões trabalhadores.
Crescimento dos setores tem motivações diferentes, diz Beringuy. “A indústria registrou aumento do emprego com carteira assinada. Já no comércio, embora a carteira assinada também tenha sido incrementada, o crescimento predominante foi por meio do emprego sem carteira”, explica a pesquisadora.
Total de ocupados cresceu em sete setores na comparação anual. Além da indústria e do comércio, o número de profissionais também aumentou nos segmentos de construção, transporte, informação e comunicação, administração e outros serviços. O ramo de alojamento e alimentação e serviços domésticos apresentou estabilidade e agropecuária é o único setor com queda significativa, de 4,7%.
Setor privado alcança recorde de 53,3 milhões de funcionários. O novo número mais alto da série histórica é originado da alta de 2,2% no trimestre e de 5,3% no ano. O setor também conta com os recordes de empregados com carteira de trabalho assinada (39 milhões) e informais (14,3 milhões).
Número de empregados no setor público também é o maior em 12 anos. O recorde de 12,8 milhões de trabalhadores em setembro surge com a estabilidade em relação ao trimestre anterior e alta de 4,6% (mais 568 mil pessoas) no ano. Evolução anual é puxada pelo salto de 9,1% entre os servidores sem carteira assinada.
O que é a Pnad Contínua
Divulgado desde 2012, o estudo do IBGE abrange todo o território nacional. Em suas coletas, a pesquisa avalia indicadores relacionados à força de trabalho entre a população com 14 anos ou mais. O grupo é aquele que integra a População Economicamente Ativa do país.
Os indicadores utilizam as informações dos últimos três meses para a pesquisa. Assim, os dados produzidos mensalmente pela Pnad não refletem a situação de cada mês, mas, sim, o desempenho de cada trimestre móvel do ano. Sendo assim, os números atuais mostram como foi mercado de trabalho entre os meses de julho e setembro de 2024.
Taxa de desemprego é formada por quem busca e não consegue emprego. O grupo é caracterizado por pessoas de dentro da força de trabalho que não estão trabalhando, mas estão disponíveis e tentam encontrar emprego. O método utilizado pelo IBGE excluí do cálculo todos os que estão fora da força de trabalho, como um estudante universitário que dedica seu tempo somente aos estudos e uma dona de casa que não trabalha fora.