A ativista sueca Greta Thunberg e o ativista brasileiro Thiago Avila sentados em um navio a caminho de Israel - Foto: Israel Foreign Ministry / RFI / Reuters 

Dez brasileiros estão entre os mais de 170 ativistas detidos por Israel durante a interceptação da flotilha humanitária Global Sumud, que seguia em direção à Faixa de Gaza com o objetivo de levar ajuda e protestar contra o bloqueio imposto ao território. Entre eles, uma deputada federal e ativistas.

A operação ocorreu em águas internacionais, o que fez organizações como a Anistia Internacional classificarem a ação como ilegal.

Segundo as Forças de Defesa de Israel anunciaram nesta quinta-feira, 2, os passageiros serão deportados nos próximos dias para países europeus. Entre os detidos estão parlamentares, sindicalistas e militantes de movimentos sociais.

O Itamaraty informou que acompanha o caso e já transmitiu preocupações diretamente a Israel sobre a segurança dos brasileiros.

Veja quem são:

  • Luizianne de Oliveira Lins (PT-CE) – Deputada federal e professora, foi duas vezes prefeita de Fortaleza. Nas redes sociais, compartilhou vídeos sobre sua participação na missão humanitária e disse estar apreensiva com a chegada a Gaza.

  • Ariadne Catarina Cardoso Teles – Advogada popular, militante do Movimento Bem Viver e atuante na defesa de comunidades e territórios na Amazônia.

  • Bruno Sperb Rocha – Trabalhador da USP e integrante do Sintusp, tem experiência em mobilizações pró-Palestina e atua como porta-voz da delegação brasileira na flotilha.

  • Gabrielle da Silva Tolotti – Presidente do PSOL no Rio Grande do Sul, participa de movimentos sociais e de solidariedade internacional.

  • Lisiane Proença Severo – Comunicadora popular e agitadora cultural, viaja há uma década conectando lutas socioambientais e registrando vozes de resistência na América Latina.

  • Lucas Farias Gusmão – Ativista baiano, internacionalista, destaca a preocupação com o futuro do planeta diante da crise ambiental e social global.

  • Magno de Carvalho Costa – Militante do Sindicato dos Trabalhadores da USP e da CSP-Conlutas, com histórico de engajamento em iniciativas internacionais de solidariedade ao povo palestino.

  • Mariana Conti Takahashi (PSOL-SP) – Vereadora em Campinas, feminista e defensora de direitos humanos, da educação pública e do ecossocialismo.

  • Mohamad Sami El Kadri – Médico e coordenador do Fórum Latino Palestino, representa a diáspora árabe no Brasil e tem atuação histórica na causa palestina.

  • Thiago de Ávila e Silva Oliveira – Internacionalista e ativista socioambiental, organizador da flotilha e de missões anteriores no Mediterrâneo.

Entenda o caso

A flotilha, composta por 45 barcos e com a presença de figuras públicas e militantes como a sueca Greta Thunberg, partiu da Espanha em setembro, com o objetivo de romper o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza –território em guerra e, segundo a ONU, em situação de fome extrema. As embarcações que escaparam do cerco israelense tenta seguir viagem.

O governo israelense afirmou que a flotilha foi interceptada pacificamente e que os passageiros serão conduzidos à deportação, garantindo que todos estão em boas condições de saúde. As autoridades alegam que os barcos se aproximavam de uma “zona de combate” bloqueada.

Já os organizadores da flotilha classificaram a ação como “um ataque ilegal contra civis desarmados” e disseram que a missão tinha caráter pacífico e humanitário. O grupo afirma que parte das embarcações conseguiu escapar da interceptação e segue em direção a Gaza.

*Com informações de Terra