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A delegada Ana Paula Lamego Balbino, esposa de Renê da Silva Nogueira Júnior, 47, empresário preso por suspeita de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, 44, foi afastada das atividades da Polícia Civil de Minas Gerais.

Afastamento foi dado para tratamento de saúde. Ana Paula deve permanecer fora do cargo por 60 dias, segundo a polícia.

Delegada está afastada desde o dia 13 de agosto, dois dias após o crime cometido pelo marido. Renê segue preso preventivamente. Ele deve responder por homicídio duplamente qualificado.

Polícia não especificou qual a questão de saúde apresentada pela delegada. O prazo do afastamento pode ser prorrogado pela equipe médica da Polícia Civil.

Mesmo afastada, a delegada ainda responde a processo administrativo pela Corregedoria. A corporação instaurou um procedimento para apurar se houve omissão ou prevaricação por parte da delegada. Até o momento, ela não foi indiciada no caso, nem é suspeita de ter ajudado o marido. A arma usada por Renê Júnior para cometer o crime era de uso pessoal de Ana Paula. Ele confessou que pegou a arma sem que ela soubesse.

Empresário escreveu uma carta dentro da prisão afirmando que o episódio foi um “acidente”. “O que aconteceu foi um acidente com a vítima e me sinto bem representado. Tenho certeza que resolveremos esse mal-entendido”, escreveu Renê no documento divulgado pela sua defesa na segunda-feira (25).

Relembre o caso

Renê confessou que matou Laudemir após discussão de trânsito. O gari estava em horário de trabalho quando Renê passou pela rua onde ele e outros garis faziam a coleta do lixo. Laudemir e outros colegas saíram em defesa da motorista do caminhão, quando o empresário pegou a arma e atingiu a vítima na região torácica. Ele foi socorrido e encaminhado ao Hospital Santa Rita, em Contagem, mas morreu.

Empresário fugiu do local do crime e foi preso enquanto treinava em uma academia de alto padrão. A prisão ocorreu horas depois do crime, no bairro Estoril, área nobre da capital mineira.

Delegado diz que Renê seguiu com rotina após o crime para evitar formar provas contra ele. Evandro Radaelli, responsável pelo caso, comentou as imagens de câmeras de segurança que mostraram o empresário no trabalho e em casa após o crime.

Acusado alegou que pegou a arma da esposa para garantir a própria segurança no caminho até a empresa onde trabalhava, em Betim. No depoimento em que confessou o crime, ele relatou que no dia do ocorrido saiu de casa por volta das 8h05, pegou a pistola calibre .380 de Ana Paula e colocou o objeto em sua mochila sem que a esposa tivesse percebido.

Empresário afirmou que aquela “foi a primeira vez” que pegou a arma da esposa. No depoimento, ele justifica que pegou a pistola “pelo fato de estar indo para local perigoso e que não conhecia muito bem as vias” para chegar até a sede da empresa e que, por ser natural de outro estado — Rio de Janeiro — estava “receoso” de andar desarmado.

À polícia, ele contou que a arma seria usada em caso de “proteção” pessoal, porque “estava muito tenso”. Renê ressaltou que não pensou que teria acertado o tiro em Laudemir e afirmou estar arrependido “por ter jogado fora a vida da vítima, dele [mesmo], atrapalhado a vida da esposa, do filho [que ele tem com outra mulher] e da família da vítima”.

*Com informações de Uol