Atualmente, há 420 dutos instalados em todo o mundo, com extensão estimada em 1,2 milhão de quilômetros (Foto: Emil / stock.adobe.com)
Uma onda de cabos submarinos de internet sendo cortados começou a preocupar países europeus. O rompimento de um deles, que liga Finlândia e Alemanha, passou a levantar suspeitas de sabotagem.
Ainda que os incidentes estejam ocorrendo na Europa, o sinal de alerta foi acionado por organizações como ONU e OTAN. E o motivo é global: cabos submarinos transportam 95% da internet do planeta. E, como são cerca de 500, o corte de alguns deles pode não só causar um apagão, como levar a severos impactos econômicos e geopolíticos.
Outro dos cabos danificados fica no Mar Báltico e conecta Letônia e Suécia. A localização faz com que surjam os primeiros suspeitos. O tema é abordado no novo episódio de Deu Tilt, o podcast do UOL, que conta por que a autoria pela quebra dos cabos virou um novo mistério no mundo das telecomunicações.
“À primeira vista, o primeiro candidato a sabotador na Europa é a Rússia, ainda mais porque o Mar Báltico, que separa esses países, é uma saída importante de navios russos. Mas não se trata de navios certificados, e sim de uma frota fantasma. Navios que levam petróleo sem certificação e passam abaixo do radar, porque a Rússia está sob uma sanção desde o início da guerra com a Ucrânia”, disse Helton Simões Gomes, colunista de Tilt.
Os países afetados apontam a Rússia como principal suspeita. Sem citar nomes, Boris Pistorius, ministro da Defesa da Alemanha, afirmou ter sido uma “ação híbrida” de sabotagem.
Em comunicado, o governo da Suécia afirma que a situação deveria ser avaliada em meio à “crescente ameaça representada pela Rússia em nossa vizinhança como pano de fundo”.
“À luz dos incidentes recentes, como cabos de telecomunicações no mar Báltico foram danificados, após a investigação, a UE e os estados-membros devem fazer o melhor uso de seu mais novo regime de sanções para tal sabotagem de infraestrutura crítica”, explicou Laurynas Kasčiūnas, Ministro da Defesa Nacional da Suécia.
O temor da Europa é uma reedição de ataques à infraestrutura de comunicação que ocorreram na Guerra Fria.
O ICPC (Comitê Internacional para Proteção de Cabos, na sigla em inglês) acompanha de perto essa questão. Ao lado da UIT (União Internacional das Telecomunicações, da ONU), A organização reuniu em fevereiro deste ano governos e representantes da indústria de telecomunicações em Abuja, na Nigéria, para criar um internacional contra-ataques aos cabos submarinos.
Apesar das suspeitas de sabotagem, a organização faz a ressalva de que os cabos podem ser danificados por diversos motivos, entre eles o tráfego de barcos de pesca ou mordidas de tubarão.
Contudo, não é tarefa simples romper os cabos, já que possuem 20 cm de diâmetro e podem pesar até 70 kg por metro.
No passado, governos e grandes empresas de telecomunicação eram os responsáveis pela malha de cabos submarinos. Atualmente, são as Big Tech que têm dinamizado o setor. Dona de Instagram, Facebook e WhatsApp, a Meta tem um ambicioso plano de construir um cabo de 50 mil quilômetros, que liga Estados Unidos, Índia, África do Sul, Brasil e outras regiões.
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