Saem os guarda-sóis, entram os túmulos: o cemitério de Pedras Compridas, no Ceará, ocupa a beira do mar do distrito de Icaraí de Amontada há mais de 100 anos. O cenário inusitado rouba a cena inclusive nas redes sociais, onde o vídeo de um turista viralizou essa semana.
Mas, apesar da paisagem paradisíaca, a falta de planejamento assombra quem tem entes queridos enterrados, já que o mar não para de avançar sobre o peculiar — e clandestino — cemitério.
Como foi criado o cemitério à beira-mar?
A teoria mais forte é de que uma velha moradora encontrou o corpo de um homem na praia, com um pedaço de corrente em volta do pescoço e um saco na cabeça.
Ela decidiu dar um enterro digno ao desconhecido, que ficou conhecido como “homem do saco”, na mesma praia.
A mulher contou a história para vizinhos e um deles disse ter sonhado com o morto, que “comunicou” que se chamava Serafim e queria ser chamado assim.
O desejo foi atendido, mas os moradores teriam errado a grafia, escrevendo “Sarafim” em vez de “Serafim” na cruz do homem.
Logo teriam começado os “milagres” de “São Sarafim” — não detalhados pelos moradores.
A fama de santo fez com que Serafim ganhasse “vizinhos”, impulsionando o crescimento do cemitério que nasceu por acaso.
Cemitério é ponto turístico, mas maré “afoga” mortos
Os buggies que levam turistas para passear nos Lençóis Cearenses têm o cemitério das Pedras Compridas como ponto obrigatório. Mas as belezas naturais que atraem o público, também ameaçam o “descanso” dos mortos.
O avanço do mar ameaça o cemitério e esconde as sepulturas mais perto da água, que ficam submersas. Outras já sumiram de vez, soterradas pela areia trazida pelas ondas. Ainda segundo moradores mais antigos, a frequência com que os túmulos são atingidos está maior nos últimos anos.
@adhix05 Existe um cemitério centenário em frente a praia em Icaraí de Amontada! #praia #cemitério #icarai