Mergulhadores inspecionam o branqueamento do recife Ningaloo, na Austrália - Foto: Minderoo Foundation

Corais de um recife na costa oeste da Austrália sofreram um branqueamento recorde devido a uma onda de calor marinha que literalmente os “cozinhou”, alertou uma ONG local hoje.

O recife de Ningaloo, Patrimônio Mundial da Unesco e conhecido como local de reprodução de tubarões, sofreu uma degradação “sem precedentes” neste verão desde 2011, segundo estimativas citadas pela oceanógrafa Kate Quigley, da Minderoo Foundation.

“O calor do oceano literalmente cozinhou os corais este ano”, disse a especialista.

Embora a extensão total dos danos neste recife de 300 km ainda não tenha sido determinada, os dados iniciais mostram uma deterioração significativa.

O dano “é profundo; não é apenas a parte superior do recife que está branqueando. E várias espécies de corais estão branqueando”, enfatizou a cientista.

As temperaturas da água na costa oeste da Austrália ficaram até 3°C acima da média neste ano, segundo os serviços meteorológicos estaduais.

Acima de um limite crítico, o aumento da temperatura da superfície do oceano causa o branqueamento dos corais, o que pode levar à sua morte.

Na prática, o aumento das temperaturas faz com que os pólipos de corais desapareçam, deixando apenas o esqueleto calcário desses superorganismos.

Este ano, o branqueamento também afetou pontualmente a Grande Barreira de Corais, na costa leste da Austrália, segundo dados do governo.

O branqueamento simultâneo desses dois recifes, localizados a milhares de quilômetros de distância e pertencentes a diferentes modelos climáticos, é um fenômeno incomum, segundo Quigley.

“O aquecimento dos oceanos é tão significativo que está sobrepondo especificidades locais em alguns lugares”, disse a especialista, que chamou a situação de “extremamente preocupante”.

A Grande Barreira de Corais sofreu cinco eventos de branqueamento em massa nos últimos anos: em 2016, 2017, 2020, 2022 e 2024.

Muito frágeis, os recifes de corais abrigam uma rica fauna e protegem o litoral, atuando como quebra-mares.

Em 2024, temperaturas recordes foram registradas em todo o mundo, em meio à mudança climática ligada à atividade humana.

*Com informações de Uol