Para combater as chamas em incêndios de grandes proporções, nem sempre só a água dá conta do trabalho. Um exemplo é o caso dos incêndios no Pantanal, principalmente na região de Corumbá, no Mato Grosso do Sul. Para combater as chamas e impedir que elas voltem a queimar áreas de mata, um produto químico é misturado à água.
O produto é chamado de “retardante de chamas”. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Retardantes de Chama (Abichama), esse nome se refere a uma classe de produtos químicos pela sua função, e não a um item específico.
Existem mais de 200 tipos diferentes de retardantes de chama, sendo que os elementos químicos mais utilizados são bromo, cloro, fósforo, nitrogênio e hidróxidos metálicos.
No caso dos incêndios no Pantanal, aviões da Força Aérea Brasileira chegaram a lançar 12 mil litros de água cada um, por 35 minutos. O retardante de chamas foi misturado à água e lançado pelas aeronaves nas regiões mais afetadas.
Como funcionam os retardantes de chama
Os retardantes de chama são substâncias capazes de atrasar a ignição, diminuir a velocidade da queima e minimizar a emissão de fumaça nos locais onde são aplicados. Normalmente, eles são aplicados para reduzir o risco de fogo em polímeros, aumentando a resistência aos incêndios. Isso significa que o uso do retardante de chama torna a propagação do fogo mais lenta, o que permite que vidas sejam salvas a tempo.
O uso desses materiais aumenta de 2 para 20 minutos, em média, o tempo de escape em casos de incêndio, segundo a Abichama. Assim, é possível que as pessoas consigam fugir 10 vezes mais rápido de um incêndio. Outro aspecto positivo do uso desses aditivos é a diminuição da fumaça.
Um estudo do National Institute of Standards and Technology dos EUA (NIST) mostrou que o tempo de escape de um incêndio residencial é de cerca de 3 minutos. Na década de 1970, o tempo era de aproximadamente 17 minutos. A redução significativa é resultado do aumento da presença de materiais inflamáveis nas residências.
Produto faz mal ao meio ambiente?
O Ibama estuda o uso de retardantes de chamas. Em 2018, o instituto alertou sobre os riscos dos produtos químicos ao meio ambiente, e recomendou a redução do uso, para evitar problemas com a contaminação do solo, lençóis freáticos, e até de humanos. Um dos alertas se deu à substância sulfato de amônio, que está na composição de um dos retardantes.
O sulfato de amônio danifica e mata folhas se ficar muito exposto. Por isso, não é possível definir qual é o limite seguro para que o retardante não cause danos às florestas. Em casos de incêndio superficial, ou seja, quando o fogo não atinge as copas das árvores, é desaconselhado o uso de retardantes de chama, segundo o Prevfogo.
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