O deputado estadual Comandante Dan (Podemos), presidente da Comissão de Segurança Pública, Acesso à Justiça e Defesa Social do Legislativo, repercutiu declarações do cientista social Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A organização realizou estudo que aponta que o crime organizado já é o principal empregador da Amazônia.
“O estudo aponta que o comércio ilegal de produtos lícitos, como cigarro, bebidas, combustível e ouro, já movimenta mais dinheiro do que o tráfico, que ainda é muito lucrativo. Entretanto o mais grave de tudo é que o estudo afirma que o crime organizado já é o maior empregador na Amazônia, segundo as palavras do presidente do Fórum, sobretudo na pesca. Especialistas em segurança pública da Polícia Federal já haviam declarado, quando do assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips, em 2022, que a pesca ilegal e predatória no Vale do Javari era patrocinada e comandada pelas facções criminosas. A morte do indigenista e do jornalista se deu na região de Atalaia do Norte, onde invasões de terras por madeireiros e garimpeiros são recorrentes. É o narconegócio que avança sobre o Amazonas e se estabelece como gestor nas regiões onde há vazios de poder público”, declarou o deputado ao se referir sobre a pesquisa de Rastreamento de Produtos e Enfrentamento ao Crime Organizado no Brasil, conduzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e divulgado na semana passada.
De acordo com o documento, PCC e CV faturaram R$ 146,8 bilhões em 2022, com a comercialização de combustível, ouro, cigarros e bebida.
O Rastreamento aponta, ainda, que a droga continua sendo altamente rentável, principalmente a cocaína, mas que o crime organizado começa a ter maior lucratividade com a comercialização de produtos lícitos.
“O Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas (Sindarma) mostra mais de 7 milhões de litros roubados pelos piratas dos rios no Amazonas, R$ 48 milhões de prejuízo, num intervalo de 3 anos. O estudo do Fórum fala na investigação sobre uma rede postos que seria de propriedade dos criminosos. A pirataria nasce também a partir do narcotráfico internacional, primeiro para atacar facções rivais, e depois se especializa no roubo de cargas lícitas. Vivemos na Amazônia uma tragédia sem precedentes, que impacta até mesmo o meio ambiente, devastado pelos narconegócios. Os estados, sozinhos, não podem fazer frente a isso, precisam de um comando integrado com o Governo Federal. É fundamental agir na faixa de fronteira de todo o Amazonas, por isso defendo um plano emergencial. De outra forma, estaremos enxugando gelo”, afirmou Comandante Dan, que é policial militar reformado, ex-comandante da corporação no Amazonas e ex-integrante da Força Nacional.
Retomar o controle sobre a pesca artesanal
O deputado Dan, que se encontra numa agenda no interior até quarta-feira (19/2), destacou a importância de se dar atenção aos pescadores artesanais.
“Falamos da atividade mais ancestral do homem da Amazônia, a pesca, que mantém o sustento das famílias ribeirinhas. Elas já são prejudicadas imensamente pelas seguidas secas recordes que vivenciamos. Também se debatem com a disputa de poder do crime organizado sobre suas áreas de pesca. Os criminosos patrocinam equipamento e segurança aos pescadores ilegais. Por isso precisamos reforçar o suporte às colônias de pescadores e pensar em investir em formas de beneficiamento e conservação do pescado à nossa gente, além de aumentar a fiscalização, para não perdermos terreno aos bandidos das facções transnacionais. Eles já dominam áreas como o roubo de cargas e o garimpo ilegal. Precisamos defender nossa gente e nosso território. Os vazios de poder abrem flancos que eles, os criminosos, ocupam”, finalizou o parlamentar.
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