700 famílias sofrem com falta de abastecimento de água e incêndios no Tarumã Mirim, em Manaus - Foto: Daniel Santos

Nesta quinta-feira (19), o deputado estadual Wilker Barreto (Mobiliza), clamou por urgência em ajuda humanitária para a Comunidade do Abelha, diante da forte seca no Amazonas. Pelo segundo ano consecutivo, 700 famílias da comunidade sofrem com falta de abastecimento de água potável e incêndios no Tarumã Mirim, em Manaus. As famílias também necessitam de materiais de higiene e alimentos.

Localizada a 15 minutos de Manaus, a Comunidade do Abelha vem sofrendo com queimadas diante de temperaturas entre 35º e 42º graus. Com a falta de recursos para lidar com incêndios, apenas cinco bombeiros e alguns moradores de comunidades próximas estão tentando apagar o fogo que ameaça as casas dos comunitários. De acordo com o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), só no dia 12 deste mês foram registrados 900 focos de incêndios em todo o Amazonas.

“A comunidade do Abelha pertence ao município de Manaus. Nela, 700 famílias não têm a presença do poder público municipal e nem estadual. Se uma comunidade a quinze minutos não entra no olhar do poder público municipal e estadual, como vocês acham que se encontra o interior hoje?”, exclama Wilker Barreto.

Crise de falta de água potável

Mesmo que a Comunidade do Abelha esteja localizada à margem direita do Rio Tarumã Mirim, no bairro Tarumã, Zona Metropolitana de Manaus, as famílias sofrem com a escassez de água para beber. Embora algumas residências possuam poços artesianos, a antecipação da estiagem fez com que muitos deles secassem, agravando ainda mais a falta de água potável.

A líder da Comunidade do Abelha, Walmira Oliveira, relatou que a Defesa Civil entrou em contato no mês de julho, prometendo que o ‘Projeto Água Boa’ beneficiaria a comunidade. No entanto, até o momento, a promessa não foi cumprida, e a comunidade segue sem assistência. Walmira e os demais moradores estão preocupados que a situação se torne ainda mais difícil.

“Eu já solicitei a construção do poço, enviamos ofícios para a Prefeitura, separamos o terreno e até o momento nada foi feito, estão esperando o quê? A estiagem já começou e nós já estamos padecendo”, relata a líder comunitária.

Wilker Barreto, que tem mestrado em Meio Ambiente, entende a necessidade de medidas urgentes para mitigar o sofrimento dos ribeirinhos neste período. Diante desta realidade, o deputado enviou um requerimento à Prefeitura de Manaus, com o objetivo de cobrar retornos aos comunitários que aguardam por respostas.

“Nossos irmãos estão sofrendo, e não há desculpa para isso. Hoje em dia, já existe tecnologia capaz de extrair água até mesmo de desertos, quanto mais em nossa região. Temos soluções ao nosso alcance, mas faltam ações concretas”, lamenta o parlamentar.