Pesquisadores do Museu Nacional da Dinamarca descobriram artefatos em Jutlândia, na divisa com a Alemanha, que sugerem a ocorrência de um desastre climático no século VI. A descoberta acendeu a teoria um que o mito nórdico do Ragnarök, que marca o fim do mundo, pode ter sido criado com base neste evento.
O mito do Ragnarök sugere que a destruição da vida humana começaria em um estado permanente de inverno rigoroso (Fimbulwinter), que perduraria por cerca de três anos. Durante esse período, as pessoas enfrentariam uma grave escassez de recursos, capaz de levá-las a um estado de quase extinção.
A partir da análise de anéis de árvores e artefatos arqueológicos, o estudo buscou entender como esse evento devastador impactou a vida na região, há cerca de 1.500 anos. O estudo, do Museu Nacional da Dinamarca, foi liderado pelo biólogo e especialista em arqueologia ambiental Morten Fischer Mortensen e publicado no Journal of Archaeological Science Reports.
“Muitos já especulavam que o Ragnarok tinha raízes na vida real”, afirma Mortensen em comunicado. “Mas, agora, pela primeira vez, podemos demonstrar com evidências práticas que talvez o maior desastre climático da história da humanidade tenha de fato afetado a Dinamarca – e em níveis catastróficos”.
Mortensen destaca, no estudo, o impacto dramático que esse inverno rigoroso teve sobre a agricultura local. “Quando as árvores não podiam crescer, nada mais conseguia crescer nos campos”, explica. ” “Ver essas pequenas e finas marcas nas árvores [que indicam períodos de crescimento limitado] me dá calafrios, pois sei o quanto de sofrimento, morte e tristeza elas representam.”
Desastre climático global do século VI
Entre os anos 536 e 539 d.C., aconteceram várias erupções vulcânicas que envolveram o planeta em um véu de cinzas e gases, bloqueando a luz solar. Dessa forma, a região entrou em um inverno prolongado, com uma queda brusca na temperatura, que impactou diretamente na agricultura.
Há registros escritos deste fenômeno em arquivos do Império Romano e do Império Chinês. Relatos do período destacam que o Sol brilhava pálido e frio como a Lua, e, por conta disso, a agricultura não prosperava.
Os arqueólogos encontraram diversos artefatos de ouro enterrados em sacrifício aos deuses. A teoria é que os itens foram oferecidos em um esforço desesperado para trazer o sol de volta.
“Esses sacrifícios sugerem o quão desesperadas as pessoas estavam para tentar encerrar essa catástrofe sem precedentes”, diz Mortensen.
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