Um grupo de consultores da FDA, a Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos, votou por unanimidade nesta segunda-feira (10), a favor dos dados de eficácia do donanemab, um medicamento que retardou a progressão do Alzheimer em 60% para pacientes nos estágios iniciais da doença.
O comitê também afirmou que os benefícios do medicamento superam os possíveis riscos para pacientes nesses estágios iniciais.
A votação abre caminho para uma decisão final da FDA sobre o tratamento, que inicialmente era esperada para o início deste ano, antes de a agência convocar a reunião para que seu painel independente de especialistas pudesse opinar.
A FDA, porém, não é obrigada a seguir o conselho do grupo de especialistas, mas é o que geralmente acontece.
Resultados sobre a eficácia da droga da gigante farmacêutica Eli Lilly foram publicados no ano passado na revista científica Jama (Journal of the American Medical Association).
As descobertas ressaltam que “a detecção e o diagnóstico precoces podem realmente mudar a trajetória dessa doença”, disse à época Anne White, presidente de neurociência da Lilly.
O que é o donanemab?
É um anticorpo projetado para eliminar uma substância chamada beta-amilóide.
A amilóide se acumula nos espaços entre as células cerebrais, formando placas que são características da doença de Alzheimer.
Números do estudo:
-
O ensaio clínico incluiu 1.736 pacientes com Alzheimer leve, de 60 a 85 anos. A droga experimental retardou a progressão do Alzheimer em 60% nesses casos.
-
Os resultados foram menos robustos em pacientes mais velhos e pacientes com níveis mais avançados da doença.
-
O inchaço cerebral foi um efeito colateral comum em até um terço dos pacientes. Para a maioria, foi resolvido sem causar sintomas — mas três voluntários morreram devido ao inchaço.
-
Metade dos pacientes conseguiu interromper o tratamento após um ano, porque havia eliminado depósitos cerebrais suficientes.
-
Os participantes tratados com donanemab também tiveram um risco 39% menor de progredir para o próximo estágio clínico da doença durante o estudo de 18 meses.