Domingos Brazão, conselheiro afastado do TCE-RJ - Foto: Reprodução

Em 30 anos de carreira política, os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão , réus sob acusação de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), acumularam um patrimônio imobiliário que, hoje, é avaliado em R$ 120 milhões. As informações são do Portal Uol.

Ao todo, são 162 imóveis – entre casas, apartamentos, terrenos e prédios comerciais inteiros – no nome dos réus e de outros quatro irmãos.

Além disso, o clã Brazão é dono de quatro postos de combustíveis. Outros 29 estão ou foram registrados no nome de sócios que, segundo a Polícia Federal (PF), são os ‘laranjas’ dos irmãos.

Desde que iniciou sua carreira política em 1996 como vereador até ser nomeado conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, Domingos Brazão acumulou 142 imóveis.

Destes, apenas 8 estão no nome do ex-parlamentar como pessoa física. Os outros estão registrados no CNPJ de empresas controladas por ele – a Superplan Administração de Bens e Participações (132) e a FB Participações (2). Os 20 restantes estão em nome de irmãos.

Já Chiquinho Brazão, eleito deputado federal em 2018 e reeleito em 2022, é registrado como dono de 11 imóveis em sociedade com os irmãos ou em nome da holding 3X, sociedade dele com um filho.

A maioria das propriedades está na Zona Oeste do Rio, região com forte atuação de milicianos e onde a família tem grande influência política.

O ano de 2019 foi o que mais angariou propriedades para a família – no total, foram 81 novos imóveis. Se somados aos adquiridos em 2017, o total salta para 99.

Manifestante pede investigação sobre assassinato da vereadora Marielle Franco – Foto: Marcelo Sayão / EFE

Indícios de desvio de recursos

A Polícia Federal tem investigado os lucros da família Brazão com as atividades empresariais e imobiliárias. Após a inserção dos dois no caso da morte de Marielle, a PF encontrou indícios de desvio de recursos de emendas parlamentares para “obtenção de vantagens indevidas”.

Um deles, por exemplo, foi o lucro de 714% na compra e venda de um único terreno na estrada Rio-Petrópolis. O padrão, segundo a reportagem da UOL, se repete em outras transações.

O que dizem as defesas

A defesa de Domingos Brazão evitou comentar a evolução patrimonial de seu cliente. Segundo o advogado Roberto Brzezinksi Neto, o tema não tem relação com as acusações a que respondem no STF.

A defesa de Chiquinho Brazão, liderada pelo advogado Cleber Lopes de Oliveira, também não se manifestou.

*Com informações de IG