A agremiação trouxe como tema “Kizomba: Retomada pela Tradição”, reforçando a importância da representatividade e dos povos tradicionais da Amazônia - Foto: Alex Pazuello / Secom

Na segunda noite do 58º Festival de Parintins, neste sábado (28/06), o Boi Caprichoso abriu as apresentações com um espetáculo marcado pela exaltação da cultura negra, das lendas amazônicas e dos rituais indígenas. Com o tema “Kizomba: Retomada pela Tradição”, a agremiação reforçou a importância da representatividade e memória dos povos tradicionais da Amazônia. O evento é promovido pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.

O levantador de toadas, Patrick Araújo, reforçou o compromisso da agremiação com o espetáculo e a busca pelo título de tetracampeão. “Hoje o Caprichoso preparou mais um grande show, mais um grande espetáculo. E preparou muitas novidades, como a noite de ontem. Então, vamos pra cima em busca desse título. É um trabalho a longo prazo, a gente chega neste mês, nesta semana, praticamente já fechado para apresentar o espetáculo”, afirmou.

Destaques

A noite começou com a apresentação da Figura Típica Regional, representada pelos Marandoeiros e Marandoeiras da Amazônia, os contadores de histórias que mantêm vivas a memória e a cultura do povo amazônida por meio da oralidade. Uma homenagem à sabedoria popular, aos “causos” dos interiores. A alegoria foi desenvolvida pelos artistas Márcio Gonçalves e Nildo Costa, evidenciando a força e resistência desses personagens da floresta.

Entre os destaques da apresentação, a Lenda Amazônica retratou a história de Sacaca Merandolino, o Encantado de Arapiuns. A obra assinada pelo artista Alex Salvador, de 34 anos, conta a trajetória do curandeiro que, ao morrer, tornou-se o eterno guardião das águas escuras do rio Arapiuns.

O momento também foi marcado pela apresentação da Rainha do Folclore, que surgiu em destaque no interior da alegoria.

O levantador de toadas Patríck Araújo conduziu um dos momentos aclamados da noite ao interpretar Sensibilidade, toada que mobilizou a arquibancada e a galera azulada.

No Ritual Indígena, o Boi Caprichoso apresentou Musudi Munduruku – A Retomada dos Espíritos, uma celebração espiritual e de resistência do povo Munduruku. A alegoria grandiosa assinada pelo artista Kennedy Prata, trouxe o Pajé Erick Beltrão.

Na arena, a emoção também tomou conta dos torcedores. O professor Luiz Oliveira, 46, de Maués, que se apresentou como Item 19 – Galera –, descreveu a experiência. “Eu estou muito emocionado, o boi estava gigante, brilhante, lindo, impactante. Vamos ser tetracampeões, tenho certeza. É uma emoção que só quem está aqui consegue perceber e sentir”, disse.

O Festival de Parintins segue neste domingo (29/06) com a terceira e última noite de apresentações no Bumbódromo.