A Justiça americana o acusa de receber "milhares de dólares". (Foto: Divulgação)

O brasileiro Fagner Chaves de Lima, de 41 anos, foi acusado na quinta-feira perante ao grande júri de Worcester, nos Estados Unidos, pelo crime de tráfico de pessoas.

O mineiro de Tarumirim atuou para levar imigrantes do Brasil para o território americano de forma ilegal. De acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, esta atividade lhe rendeu “pagamentos de milhares de dólares”.

Morador de East Hartford, em Connecticut, Lima está preso desde 30 de junho. Segundo a acusação, ele era responsável por organizar a viagem para que imigrantes entrassem ilegalmente nos Estados Unidos vindos do Brasil de avião ou ônibus.

Ele também era encarregado de providenciar acomodações para as vítimas durante a viagem. Mas ainda durante a ida para os EUA, prossegue a denúncia, Lima já iniciava a prática de extorsão, ameaçando prejudicar as vítimas e suas famílias se não pagassem dinheiro adicional.

Os investigadores coletaram provas contra Lima por meio de um agente disfarçado. Ele registrou conversas com o suspeito pelo WhatsApp. Na ocasião, o policial ofereceu o pagamento de US$ 15 mil (equivalente a R$ 79,9 mil) pelos serviços de Lima, que concordou com o acordo.

Os valores seriam gastos para levar do Brasil para os EUA a irmã e a sobrinha do agente disfarçado. Lima teria respondido que está envolvido com o tráfico de pessoas “há 20 anos” e consegue colocar dentro do território americano pessoas “com visto, sem visto, ou se [eles] são procurados pela polícia”.

Em uma das mensagens anexadas ao processo, Lima também reconhece que o tráfico de pessoas é perigoso.

Segundo o Departamento de Justiça, ele extorquiu as vítimas vulneráveis e suas famílias por mais dinheiro, até mesmo fazendo ameaças.

— Alegamos que Lima liderou uma operação substancial de contrabando de seres humanos que violou a lei federal e ameaçou a segurança de indivíduos que procuravam seus serviços para vir aos Estados Unidos em busca de uma vida melhor. Além disso, alegamos que ele colheu dezenas de milhares de dólares em lucro em troca de explorar pessoas que buscavam o sonho americano — disse a procuradora Rachael Rollins.

O crime de conspiração para cometer contrabando de seres humanos prevê pena de até 10 anos de prisão, até três anos de liberdade condicional e uma multa de US$ 250 mil.

*Com Agência O Globo