Recorde foi documentado no Anuário Brasileiro de Segurança Pública - Foto: Freepik
O Brasil bateu recorde nos casos de estupro e estupro de vulnerável em 2024, segundo a 19ª Edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. De acordo com o levantamento, foram 87.545 ocorrências, o que equivale a uma pessoa estuprada a cada seis minutos. Esse é o maior registro de toda a série histórica, que começou em 2011.
Os dados, divulgados nesta quinta-feira (24), apontam crescimento de 0,9% nos casos em comparação a 2023. De modo resumido, eles mostram que as principais vítimas de estupro no Brasil são meninas negras, com até 13 anos. Veja detalhes do levantamento abaixo:
Perfil das vítimas
A maioria das vítimas de estupro e estupro de vulnerável são meninas e mulheres, que representam 87,7% do total de casos registrados em 2024, contra 12,3% do sexo masculino.
O documento aponta o contexto de cultura patriarcal, que endossa a violência contra a mulher, e a subnotificação de casos envolvendo meninos e homens como os dois principais fatores para essa diferença.
A maioria dos crimes (76,8%) foi classificada como estupro de vulnerável, em que as vítimas são menores de 14 anos. Nesse recorte, 61,3% delas tinham até 13 anos, com a faixa etária de 10 a 13 anos com o maior volume de casos.
Quanto ao recorte racial, as meninas e mulheres negras correspondem a 55,6% do total de vítimas. Mulheres brancas somaram 43,1% dos registros.
Violência intrafamiliar
A maioria dos casos de violência sexual acontece dentro de casa. Segundo o anuário, 65,7% dos estupros foram cometidos na residência da vítima. Em quase metade das vezes, o agressor era um familiar (45,5%). Em outros 20,3% dos casos, era o parceiro ou ex-parceiro.
Outros crimes
Além dos crimes de estupro e estupro de vulnerável, o Anuário também documentou outras formas de violência sexual, como assédio, importunação, pornografia e exploração sexual.
Houve 8.353 casos de assédio sexual no país, uma alta de 6,7% em relação a 2023. Já os registros de importunação sexual – que, diferente do assédio, não exige vínculo ou hierarquia entre vítima e agressor – somaram 37.972, um aumento de 4,7%.
Os crimes relacionados à pornografia, como a divulgação de cenas de estupro ou sexo, foram 7.175 casos, 13,1% a mais que em 2023.
A exploração sexual aparece com números menores, com 528 registros em 2024, o que equivale a 0,2 casos por 100 mil habitantes.
Desafios
Apesar do recorde de casos, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública alerta que a subnotificação ainda é um obstáculo para compreender a real extensão da violência sexual no país, pois muitos crimes não chegam ao conhecimento das autoridades.
O FBSP também aponta a falta de padronização nos boletins de ocorrência e a necessidade de capacitação dos agentes para registrar corretamente os crimes.
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