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A seleção brasileira calculou friamente os movimentos na altitude de La Paz e, sem correr à toa, venceu a Bolívia por 4 a 0, hoje (29). Com o resultado, mesmo sem os suspensos Neymar e Vini Jr, o Brasil atingiu a melhor campanha das Eliminatórias da Copa do Mundo, que tem o formato atual desde 1998.

Os gols foram marcados por Lucas Paquetá, Richarlison, duas vezes, e Bruno Guimarães. Assim, a equipe treinada por Tite alcançou os 45 pontos, superando a Argentina de Marcelo Bielsa, que somou 43 pontos justamente na rota rumo ao Mundial de 2002, que iniciou o modelo atual.

A pontuação pode ser ainda maior porque a caminhada da seleção nas Eliminatórias não terminou porque é preciso completar o jogo diante dos argentinos – ele seria disputado em setembro do ano passado, mas foi interrompido por uma ação da Anvisa para impedir que jogadores da Argentina que não cumpriram quarentena estivessem em campo.

A tentativa da CBF é fazer com que o duelo pendente aconteça em junho. Além dessa partida, a entidade planeja outros quatro jogos até a Copa do Mundo – serão, ao todo, três em junho e dois em setembro.

Paquetá e Bruno Guimarães: que dupla!

O torcedor do Lyon deve estar com saudade. Mas a seleção brasileira é quem pode desfrutar do entrosamento e da qualidade de Bruno Guimarães e Paquetá. Eles foram os melhores jogadores do Brasil diante da Bolívia. Uma atuação fora da curva, que uniu a inteligência de movimentação, qualidade do passe e frieza nas finalizações.

Foi Lucas Paquetá quem abriu o placar, aproveitando a assistência de Bruno Guimarães. No terceiro gol do Brasil, a compensação do amigo: um passe por elevação açucarado, que resultou em um golaço de Bruno. Durante a semana, ele recebeu a visita da família na Granja Comary – até o táxi número 39, por anos usado pelo pai dele, Dick, apareceu em Teresópolis.

Alisson pega tudo

A boa atuação do Brasil e o placar elástico, sem sofrer gols, foi possível porque a pontaria no ataque foi associada às defesas importantes de Alisson. Mesmo com a variação e a diferença na velocidade da bola, algo inerente à altitude, o goleiro fez pelo menos três intervenções cruciais ao longo da partida. E quando não chegou na bola, os bolivianos erraram a mira e mandaram para fora ao menos duas boas oportunidades.

O bom jogo do Brasil

A proposta de Tite para o Brasil foi muito bem executada. A ideia era não colocar o pé no fundo do acelerador e diminuir a intensidade do jogo. A alternativa foi uma estratégia de manter mais a bola no pé, com passes curtos, sem bolas longas ou correria na ponta. Até por isso Coutinho foi escalado na meia esquerda. No primeiro tempo, ele por vezes fez a movimentação no meio-campo, trocando passes com Paquetá, deixando o time mais compacto. Mais à frente, a orientação foi ter Richarlison jogando mais enfiado, dando comprimento ao time – eis uma diferença da estratégia na vitória sobre o Chile, semana passada. É importante entender esses dois pontos para explicar os gols do Brasil.

Com informações do Uol