
Uma reportagem do jornal americano Washington Post desta segunda-feira (1/9) afirmou que o julgamento de Jair Bolsonaro será um momento em que o país vai confrontar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o passado autoritário do próprio Brasil.
O julgamento do ex-presidente e dos outros sete réus que compõem um núcleo da suposta trama golpista para reverter o resultado das eleições de 2022 começou nesta terça-feira (2/9) no Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o Washington Post, o julgamento “marca uma reviravolta significativa” no Brasil, já que o país “tradicionalmente escolhe a conciliação em vez da acusação quando se trata de supostos crimes contra o Estado democrático”.
“O julgamento de Bolsonaro também é o ápice de uma saga extraordinária que polarizou ainda mais o Brasil, testou a determinação do seu Judiciário e abriu um abismo cada vez maior com os EUA.”
O jornal cita as medidas tomadas por Trump contra o Brasil e o STF — como o tarifaço e as sanções contra Alexandre de Moraes — em retaliação contra o que o presidente chama de “caça às bruxas política” do Brasil contra Bolsonaro.
“Mas em vez de recuar, o Brasil aumentou a pressão sobre o ex-presidente e seus aliados”, escreve o jornal americano, citando os novos indiciamentos contra Bolsonaro e seu filho Eduardo no mês passado.
Agora o julgamento de Bolsonaro deve ser “acompanhado de perto por pessoas de todo o país e pode estabelecer um novo precedente para a responsabilização política, dizem acadêmicos”.
“O Brasil sofreu 14 tentativas de golpe em sua história, metade delas bem-sucedidas. A maioria envolveu militares, começando em 1889, quando oficiais armados depuseram o último monarca brasileiro, um vestígio do domínio colonial português”, escreve o Washington Post.
