Ao participar do evento “Diálogos Amazônicos”, promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV EESP), o senador Eduardo Braga falou sobre os impasses que dificultam a pavimentação da BR-319

“A 9ª economia do mundo não é capaz de fiscalizar os 400 quilômetros da rodovia?”, questionou o senador no evento “Diálogos Amazônicos”, da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV EESP)

Ao participar do evento “Diálogos Amazônicos”, promovido ontem (20) pela Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EESP), o senador Eduardo Braga (MDB/AM) lançou aos presentes uma pergunta sobre os impasses que dificultam a pavimentação da BR-319.

“A 9ª economia do mundo não é capaz de fiscalizar os 400 quilômetros da rodovia?”, indagou ele a respeito da única via terrestre que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO) e ao resto do país.

A recuperação da BR-319, que há décadas aguarda licença ambiental, voltou a ser debatida em razão dos efeitos da vazante histórica dos rios da bacia amazônica.

Entre eles, a impossibilidade de navegação em muitos trechos, o que não permite o transporte de materiais e insumos necessários ao Polo Industrial de Manaus (PIM) e a devida assistência às famílias isoladas. Muitas delas aguardam alimentos, medicamentos e até água potável para sobreviverem.

“Alguns não entendem que essa única interligação pode significar a diferença para dois milhões de brasileiros que vivem no interior da Floresta Amazônica. E por qual motivo? Por que não somos competentes para fiscalizar o desmatamento em 400 quilômetros de rodovia?”, questionou o senador.

De novo

Governador do Amazonas entre 2003 e 2010, Eduardo enfrentou com a população dois eventos climáticos extremos. Em 2005, uma seca expressiva. Três anos depois, a enchente dos rios. Em 2010, disse ele, o Estado registrou então a maior vazante da história.

“Treze anos depois de 2010, estamos enfrentando a mesma circunstância. O mundo e o Brasil assistem aos guardiões da floresta sofrendo pela falta de água, por ter que pagar R$ 12 por um litro de gasolina, pelo isolamento, pela falta de infraestrutura e de logística”, afirmou.

Políticas públicas

A regularização fundiária na Amazônia é outro importante debate a ser feito nacionalmente, salientou Eduardo. Segundo ele, essa é a condição necessária para se criar e levar adiante políticas de desenvolvimento sustentável na região. “Como posso aprovar o manejo florestal sem a titularidade da terra concedida?”, perguntou.

ZFM

Relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária no Senado, o parlamentar ressaltou a função estratégica da Zona Franca de Manaus (ZFM) para o mundo. O modelo de desenvolvimento regional, disse Eduardo, é o maior projeto de conservação da Amazônia. “Graças a isso, o Brasil tem a maior floresta em pé do planeta”.

Com informações da assessoria