O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em entrevista ao Leo Dias - Foto: Reprodução / Leo Dias TV
O ex-presidente Jair Bolsonaro, que tem 69 anos, revelou que colocou um chip hormonal para ajudar no desempenho sexual. “Me sinto com 40 anos de idade”, disse nesta terça-feira (25) em entrevista a Leo Dias. Mas o “chip da beleza”, como é popularmente chamado, é contraindicado em alguns casos, por apresentar riscos à saúde.
O que é chip hormonal?
Chip, na verdade, é um tubo fino de silicone de cerca de 3 cm contendo hormônios e até medicamentos. Ele é inserido sob a pele, geralmente na nádega ou no abdome, e tem duração de seis meses. As substâncias são liberadas continuamente no sangue com promessas como emagrecimento, ganho de massa muscular, aumento da disposição física e da libido, e alívio dos sintomas da menopausa.
Terapias hormonais para fins estéticos e de performance são proibidas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Em outubro do ano passado, a agência regulatória publicou um comunicado que proibia a manipulação, comercialização e propaganda dos implantes hormonais manipulados. A decisão ocorreu após associações médicas apresentarem denúncias de complicações e mortes devido ao uso do produto.
Hormônios para fins terapêuticos chegaram a ser proibidos, mas o órgão voltou atrás. Um mês após a proibição, a Anvisa revogou a suspensão da produção de implantes hormonais para fins terapêuticos, mas manteve proibidos os demais (estética, ganho de massa muscular e melhora de desempenho esportivo). Vale ressaltar que a hormonologia não é uma especialidade médica reconhecida, e a manipulação hormonal traz riscos.
Existe um implante hormonal aprovado pela Anvisa, feito de etonogestrel. Ele é indicado como método contraceptivo para mulheres em idade reprodutiva entre 18 e 49 anos. O etonogestrel é um hormônio sintético semelhante à progesterona que impede a liberação do óvulo e altera a secreção do colo do útero, dificultando a entrada de espermatozoides. Considerado um método de longa duração, pode permanecer no corpo por até três anos.
Já o “chip da beleza” ou hormonal é composto geralmente por gestrinona. O hormônio sintético tem efeito androgênico, com potencial de aumentar os níveis de testosterona. Mas nas farmácias de manipulação, outras substâncias podem ser misturadas e tanto homens como mulheres tem aderido ao método.
Os riscos do chip hormonal para estética e performance
Devido a sua ação, a gestrinona é reconhecida internacionalmente como anabolizante. Está na lista de substâncias proibidas no esporte pela Wada (da sigla em inglês Agência Mundial Anti-Doping) e na lista de substâncias sujeitas a controle especial no Brasil, da Anvisa.
Hormônios manipulados teriam levado a duas mortes e mais de 200 complicações. Segundo levantamento da plataforma Vigicom Hormônios, da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), em dois meses, 257 casos de efeitos colaterais relacionados ao uso inadequado de hormônios foram reportados, quase 50% associados ao “chip da beleza”.
As principais complicações. Foram repotados problemas cardiovasculares (como AVC (acidente vascular cerebral), hipertensão e arritmia), aumento de colesterol e triglicerídeos, internações em UTI, óbitos, crescimento excessivo de pelos em mulheres (hirsutismo), queda de cabelo (alopecia), acne, alteração na voz (disfonia), insônia e agitação.
O levantamento incluiu farmácias de manipulação que produzem os dispositivos. Eles são vendidos posteriormente por preços que variam entre R$ 4.000 e R$ 10 mil. Algumas dessas farmácias disponibilizam formulários para que indivíduos se inscrevam como voluntários em treinamentos para a colocação dos “chips”.
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