O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniu na manhã desta sexta-feira (8) com Javier Milei, presidente eleito da Argentina que toma posse no próximo domingo (10).
O ex-mandatário viajou ao país vizinho na quinta (7) para participar da solenidade. Embora tenha sido acompanhado por uma extensa comitiva de aliados, apenas alguns deles puderam participar do encontro reservado com o futuro presidente argentino.
Na reunião, Bolsonaro afirmou em tom de brincadeira a Milei que Lula (PT) integrará a sua equipe caso vença as eleições de 2026 e volte à Presidência da República.
“Ele vai ser o meu ministro do Turismo”, disse Bolsonaro ao argentino, segundo ele mesmo relata à coluna. Bolsonaro está inelegível por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas sua defesa questiona a decisão.
Milei estava sozinho quando Bolsonaro chegou, acompanhado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seu filho, e do ex-secretário das Comunicações Fabio Wajngarten, hoje advogado do ex-presidente.
Segundo eles, Milei gritou quando viu Bolsonaro, numa manifestação de alegria. Os dois se abraçaram, junto com Eduardo, e passaram a falar sobre a realidade do país vizinho.
Milei disse que está confiante de que terá uma boa base para governar, já que se aliou ao centro já no segundo turno da campanha presidencial.
“Eu expliquei para ele que, no Brasil, os libertários, como o MBL [Movimento Brasil Livre], pregaram o voto nulo”, afirmou Eduardo Bolsonaro à coluna.
No meio da conversa, Patricia Bullrich se somou ao grupo. Ela concorreu à Presidência da Argentina contra Milei no primeiro turno, mas se aliou a ele na segunda rodada. E será a ministra da Segurança do país.
Segundo um dos presentes, Milei a elogiou para Bolsonaro e agradeceu o apoio, afirmando que deve a sua vitória também a ela.
Um vídeo que registrou cenas do encontro entre Bolsonaro e Milei mostra os dois acompanhados também pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e pelo ex-ministro Gilson Machado Neto em uma sala.
Após o encontro reservado, Milei e Bullrich posaram para foto com mais de dez aliados do ex-presidente, incluindo deputados federais da bancada do PL. “Viva a liberdade” e “mito” foram alguns dos gritos entoados durante o clique, compartilhado nas redes sociais por alguns dos participantes.
Bolsonaro recebeu na segunda-feira (4) os convites oficiais para a cerimônia de posse. O argentino, desta forma, manteve o convite que fez diretamente ao ex-presidente logo após ser eleito.
Antes do embarque, os advogados do ex-presidente enviaram uma petição ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes para informá-lo que o ex-presidente viajaria.
Em maio, quando determinou uma ação de busca e apreensão na casa de Bolsonaro, o magistrado ordenou a retenção de seu passaporte.
O documento, no entanto, não foi levado pelos policiais e está em poder do ex-presidente. Para viajar à Argentina, Bolsonaro não necessita do passaporte. É possível entrar no país com a carteira de identidade (RG) do Brasil.
“Em atenção às investigações em curso e com profundo respeito a este juízo, o peticionário [Jair Bolsonaro] vem aos autos informar que estará temporariamente ausente do país no período compreendido entre os dias 7 e 11 de dezembro”, disse a petição, revelada pela coluna.
“A ausência se dará em razão de viagem a Buenos Aires, onde participará da cerimônia de posse de Javier Milei na Presidência da Argentina, a convite do próprio presidente eleito”, afirmou ainda.
A petição foi assinada pelos advogados Paulo Bueno, Daniel Bettamio Tesser, Fabio Wajngarten, Saulo Segall, Thais de Vasconcelos Guimarães, Clayton Soares e Bianca Lima.
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