Ex-presidente Jair Bolsonaro e deputada Carla Zambelli durante sessão solene em homenagem ao ator Carlos Alberto de Nóbrega, na Câmara dos Deputados - Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atribuiu a derrota na eleição de 2022 à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que sacou uma arma e perseguiu um apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma rua no bairro Jardins em São Paulo na véspera do segundo turno.
“Carla Zambelli tirou o mandato da gente. Ela tirou o mandato da gente”, disse Bolsonaro hoje ao relembrar o episódio durante participação no podcast Inteligência Ltda. Na visão do ex-presidente, os eleitores associaram a atitude à sua política de defender a ampliação do porte de armas, o que teria lhe custado votos.
A parlamentar é ré por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo devido ao episódio. Seis ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) já votaram para condená-la a 5 anos e 3 meses de prisão e a perda de mandato —ou seja, já há maioria pela condenação. Contudo, o ministro Nunes Marques pediu vista e suspendeu o julgamento ontem.
“Aquela imagem, da forma com que foi usada, a Carla Zambelli perseguindo o cara. Aquilo teve gente falando: ‘olha, o Bolsonaro defende o armamento’. Mesmo quem não votou no Lula, anulou o voto. A gente perdeu. São Paulo estava bem, né?” afirmou Jair Bolsonaro, ex-presidente da República.
“A gente estava com 20 pontos [de vantagem]”, respondeu o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que também participou da entrevista.
A defesa de Zambelli encarou com “esperança” o pedido de vista de Nunes Marques e disse que espera que ele e os demais ministros “possam examinar minuciosamente o processo e constatar, como exposto nos memoriais encaminhados, que não pode prevalecer o voto condenatório proferido pelo Eminente Ministro Relator”.
Mesmo condenada, Zambelli só perderá a cadeira na Câmara quando acabar a possibilidade de recurso. No final de janeiro, ela teve o mandato cassado pelo TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) por divulgar vídeos questionando o resultado das eleições de 2022, mas o caso ainda precisa ser julgado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
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