O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira, 25, a apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada, que ainda está trabalhando para a criação do seu próprio partido, o Aliança pelo Brasil, apesar de restar pouco tempo para cumprir as exigências legais. Mesmo tendo demonstrado a intenção de se candidatar para o seu segundo mandato, ele ressaltou que não está fazendo campanha para a reeleição, mas que precisa definir um destino porque seus aliados querem uma sigla apoiada por ele.

A criação do Aliança pelo Brasil é discutida desde novembro de 2019, quando foi aprovada a direção provisória da sigla, comandada pelo próprio presidente. Bolsonaro afirmou a seus simpatizantes que “não vai deixar de continuar trabalhando”, apesar da dificuldade para viabilizar a nova legenda. “Mas vou ter que decidir (sobre o partido), porque não é por mim. Não estou fazendo campanha para 2022, mas o pessoal (seus aliados) quer disputar e queria estar em um partido que tivesse a simpatia minha”, disse. O presidente acrescentou ainda que o “pessoal ajuda de forma voluntária, mas não é fácil você conseguir 500 mil fichas e certificados”, se referindo ao número mínimo de apoiadores exigido pela Justiça Eleitoral para referendar uma nova legenda.

A decisão de disputar ou não a reeleição pelo novo partido ou por outro já existente deverá ser tomada em breve, segundo Bolsonaro. “Em março, vamos reestudar se o partido decola ou não. Se não decolar, a gente vai ter que ter outro partido, senão não temos como nos preparar para as eleições de 2022”, disse.

Protestos

Ao conversar com um simpatizante de Campo Grande (MS), Bolsonaro comentou sobre os protestos a favor do seu impeachment que ocorreram no último fim de semana. “Eu vi uma carreata monstro lá, de uns dez carros lá em Mato Grosso contra mim”, ironizou.

Os pedidos pela saída do presidente em razão da sua gestão da pandemia ganhou força após a crise envolvendo a falta de oxigênio para pacientes com Covid-19 em Manaus. A crise sanitária também está se intensificando no Pará e em Roraima. As manifestações tiveram o apoio tanto de partidos de esquerda, no sábado, quando de movimentos de direita como o Vem pra Rua e o Movimento Brasil Livre (MBL). Pele menos 21 capitais e o Distrito Federal registraram atos contra Bolsonaro. [VEJA]