Políticos bolsonaristas estão comparando o atentado a bomba contra a praça dos Três Poderes na última quarta-feira (13) à facada contra Jair Bolsonaro em 2018.
Deputados bolsonaristas colocam em dúvida a tese investigada pela Polícia Federal de que Francisco Wanderley Luiz contou com ajuda para o atentado. Para eles, se a própria PF concluiu que Adélio Bispo de Oliveira agiu sozinho, como um “lobo solitário”, para tentar matar Bolsonaro em Juiz de Fora (MG), o ataque desta semana também foi iniciativa de uma só pessoa.
Nikolas Ferreira (PL-MG) compartilhou no X declarações de outros políticos sobre o atentado para questionar a conclusão de que Adélio agiu sozinho. “Ela está afirmando que Adélio não agiu sozinho?”, questionou o deputado ao compartilhar matéria em que a ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirma que “lobos nunca são solitários”.
Em seguida, fez o mesmo com declaração da deputada Soraia Tronicke (Podemos-MS). “Mais uma colocando em xeque a atuação solitária de Adélio?”, questionou o parlamentar um tuite de Thronicke, que disse: “não acredito em ato de ‘lobo solitário’, mas vamos aguardar as investigações”.
Carlos Bolsonaro questionou a indicação do delegado que investiga as explosões. Responsável por investigar a facada sofrida por Bolsonaro, o diretor de inteligência da Polícia Federal, Rodrigo Morais Fernandes, também investiga o atentado à praça dos Três Poderes. “O mesmo delegado que apontou que Adélio agiu sozinho na tentativa de assassinato de @jairbolsonaro cometida por antigo filiado do PSOL (…) agora surge como o investigador do incidente de ontem na Praça dos Três Poderes”, diz o vereador.
“Pergunto: quais são as chances de termos uma investigação genuinamente profissional, isenta e independente?” afirmou Carlos Bolsonaro.
Jair Bolsonaro também tentou se dissociar de Wanderley Luiz. Ao contrário da tentativa de ligar Adélio Bispo ao PSOL —embora Adélio tivesse se desfiliado do partido quatro anos antes da facada—, o ex-presidente afirmou ao Metropoles que se filiou ao PL anos depois de Wanderley Luiz se candidatar a vereador pelo mesmo partido, em 2020.
Em entrevista ao portal Metrópoles, Bolsonaro também defendeu a tese de que o atentado do dia 13 não contou com ajuda de ninguém. Segundo o ex-presidente, o caso foi “um fato isolado” e “ao que tudo indica, causado por perturbações na saúde mental da pessoa”.
