O bilionário Larry Connor, 74, nascido nos Estados Unidos e com patrimônio líquido estimado em US$ 2 bilhões (R$ 10,8 bilhões), anunciou duas metas: recriar as expedições turísticas ao naufrágio do Titanic, que descansa a cerca de 3.800 metros nas profundezas do oceano Atlântico, e reabilitar a imagem do setor após as cinco mortes provocadas pela implosão do submersível Titan, há um ano.
“Quero mostrar às pessoas do mundo todo que, embora o oceano seja extremamente poderoso, ele pode ser maravilhoso, agradável e realmente mudar sua vida se você o fizer da maneira correta”, disse ele ao americano The Wall Street Journal.
Investidor do setor imobiliário, Connor tem também um histórico extenso de experiências radicais: só nos últimos três anos, ele viajou ao espaço, foi a uma das regiões mais profundas do oceano e quebrou recordes ao saltar de paraquedas a uma altura de 38.139 pés (aproximadamente 11,6 km), segundo a revista Forbes. Agora, planeja transformar o turismo de aventura com as expedições submarinas.
A implosão do Titan em uma tentativa de visitar os destroços do Titanic continua estimulando debates sobre os padrões de segurança para embarcações do tipo. Um ano depois da tragédia, entretanto, o caso ainda está longe de ter um desfecho jurídico. As investigações não foram concluídas, e ninguém foi responsabilizado pela Justiça.
O Titan perdeu contato com a superfície em 18 de junho do ano passado. O desaparecimento provocou curiosidade e desencadeou um frenesi midiático em todo o mundo. Comentaristas especularam por quanto tempo a tripulação poderia sobreviver sem energia e sem ajuda. Uma operação robusta de busca e resgate vasculhou as profundezas do oceano. Quatro dias depois, a Guarda Costeira dos EUA anunciou que os destroços haviam sido achados, e os passageiros mortos numa “catastrófica implosão”.
O inquérito começou em 23 de junho, um dia depois de anunciada a catástrofe. Em um primeiro cronograma, a Guarda Costeira americana esperava que as investigações terminassem em até 12 meses. Mas o prazo teve de ser estendido, e agora a instituição diz que não há uma data para conclusão.
“Vários fatores ampliaram o prazo original para a investigação, incluindo a necessidade de contratar duas missões de salvamento para garantir provas vitais, além dos extensos testes forenses necessários, o que levou a atrasos”, disse a Guarda Costeira em comunicado. Segundo a instituição, o processo continua na fase de apuração, com a coleta e análise de materiais e de informações.
As poucas testemunhas, as tecnologias incomuns usadas no submersível e a necessidade de testar materiais em condições extremas são outros fatores que dificultam o esclarecimento da tragédia, disse Jason Neubauer, investigador-chefe do caso. Ao pedir mais cautela, ele ponderou que um relatório do tipo costuma levar de dois a três anos para ser concluído.
