Fachada do Banco Central do Brasil - Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

O dólar apresenta queda acima de 1% no início da tarde desta quinta-feira (19), horas após o BC (Banco Central) injetar US$ 8 bilhões para conter a valorização da moeda norte-americana. Mesmo após a oferta inicial na abertura do pregão, a divisa manteve a trajetória de alta e alcançou R$ 6,30, maior nível da moeda ante o real. Às 13h03, a cotação era de R$ 6,135. A Bolsa de Valores opera em alta de 0,5%, acima dos 121 mil pontos.

A razão das recentes altas da divisa americana envolve a desidratação do pacote de gastos no Congresso. Na noite de ontem, os deputados fizeram várias modificações que diminuem o impacto dos cortes de gastos.

Dólar comercial passou a operar em queda depois de atingir recorde nominal. Após abrir o dia em nova valorização, a moeda dos EUA chegou a atingir a marca de R$ 6,2955, às 10h11, mesmo após o leilão promovido pelo BC. O patamar não foi sustentado, com a desvalorização persistente da moeda depois das 10h22.

Queda foi intensificada ao final da manhã. O tombo foi iniciado às 10h50, logo após o leilão extraordinário do BC, e fez a moeda norte-americana recuar de R$ 6,245 para R$ 6,159 em 15 minutos. Nos momentos seguintes do pregão, a cotação da divisa passou a apresentar variações mais contidas, oscilando abaixo de R$ 6,20.

Dólar turismo também abriu a quinta-feira em alta e recuou. A cotação da divisa destinada aos viajantes apresentou variação positiva de 0,58% na abertura dos negócios. Após as 11h04, houve a inversão dos sinais e a cotação também passou a operar em queda. Às 12h44, a divisa era negociada a R$ 6,402 (-1,16%).

Leilões de dólares do BC aumentaram a intervenção para US$ 20,7 bilhões. No entanto, até a semana passada, o BC havia feito apenas uma desde o início do governo Lula. Para especialistas de mercado, intervir só agora, só aumenta o medo dos investidores e sinaliza para o mercado que o pior ainda está por vir, criando uma corrida por dólares.

Ofertas de dólares ocorreram em dois momentos do pregão. O primeiro leilão, previamente comunicado, foi realizado logo na abertura da sessão e injetou US$ 3 bilhões na economia. Pouco depois de o dólar bater o maior cotação intradia da história, a autoridade monetária vendeu mais US$ 5 bilhões das reservas internacionais no mercado à vista.

Mas o principal motivo da desvalorização do real é a desidratação do pacote de gastos que vem acontecendo no Congresso. Na noite de quarta (18). Os deputados, por exemplo, pedem que a inclusão do trecho que prevê que o bloqueio de até 15% das emendas só valerá para as verbas não impositivas.

Bolsa

Foto: Reuters / Aly Song

Ibovespa opera com valorização acima de 0,5% durante toda a manhã. Com a variação de 0,81% às 12h01, o principal índice do mercado acionário brasileiro opera aos 121.542,57 pontos. O volume de negócios da sessão supera os R$ 4,5 bilhões.

Movimento reflete correção após tombo de 3,15% da véspera. Idean Alves, planejador financeiro e especialista em mercado de capitais, atribui a valorização do Ibovespa a um movimento de “repique”. “A forte queda do dia de ontem abriu oportunidades”, avalia. Ainda assim, ele observa um cenário distante da tranquilidade aos acionistas.

Ações da Automob (AMOB3) saltam mais de 17%. Estreante no Ibovespa, a empresa lidera os ganhos no pregão desta quinta-feira, com os papéis negociados a R$ 0,41. Hapvida (HAPV3 e Qualicorp (QUAL3.SA) apresentam alta acima de 5%, com as ações comercializadas por R$ 2,26 e R$ 1,60, respectivamente.

Maior baixa da manhã é da MRV Engenharia (MRVE3). A incorporadora apresenta queda de 3,61% no início da tarde. Os papéis do Locaweb (LWSA3) e da do Grupo Éxito (EXCO32) aparece na sequência, com baixas de 1,77%, a R$ 2,22, e 1,4%, a R$ 11,29, respectivamente.

*Com informações de Uol