O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sanciona nesta terça-feira, 8, a lei do projeto Combustível do Futuro. Enquanto isso, um avião da Azul movido a combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) pousaria no mesmo evento, na Base Aérea de Brasília. Essa seria uma demonstração prática da legislação, mas não foi o que aconteceu, segundo o jornal Folha de S. Paulo.
De acordo com a publicação, a Azul não conseguiu SAF para abastecer o avião. A idealizadora do voo, a União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), disse que a aeronave sairia de Campinas, no interior de São Paulo, com destino a capital federal, usando exclusivamente combustível sustentável.
Como o Brasil ainda não tem produção de SAF, a companhia aérea buscou o produto tanto com empresas que já comercializam no mundo como em outras companhias aéreas.
“A Azul tentou de todas as formas conseguir o SAF para esse momento simbólico, mas as empresas que produzem não têm flexibilidade – não podem tirar parcela do combustível de um contrato, que é feito de longo prazo, para passar para outro cliente. O Brasil precisa incentivar os investimentos nessa área”, explicou Donizete Tokarski, CEO da Ubrabio, ao jornal.
O Terra procurou a Ubrabio e a Azul para comentar o ocorrido e aguarda retorno. O espaço está aberto para manifestações.
Combustível do Futuro
A lei do projeto Combustível do Futuro será sancionada nesta terça e promete destravar investimentos de R$ 260 bilhões e evitar emissões de 705 milhões de toneladas de dióxido de carbono até 2037, de acordo com avaliação do Ministério de Minas e Energia divulgada antes da cerimônia.
O programa aprovado pelo Congresso Nacional cria novas indústrias verdes no Brasil, sendo considerado pelo governo como o “maior” projeto de descarbonização do setor de transportes.
“Os avanços que teremos em razão dessa lei são inéditos, introduzindo o combustível sustentável de aviação (SAF) e o diesel verde à matriz energética, e descarbonizando setores que contribuem significativamente para a poluição do planeta”, disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em comunicado.
O projeto aprovado na Câmara, além de incentivar a produção de novos combustíveis, como SAF e biogás, deverá facilitar um aumento da mistura de etanol na gasolina e biodiesel no diesel, impulsionando indústrias como as de cana-de-açúcar, milho e soja, que já respondem por parcela significativa do consumo de biocombustíveis no Brasil.
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